O Instituto Nacional de Câncer
(INCA) estima que para cada ano do triênio 2020/2022, sejam diagnosticados, no
Brasil, 13.780 novos casos de câncer de tireoide (1.830 em homens e 11.950 em
mulheres). Um levantamento realizado pela Fundação Instituto de Pesquisa e
Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI) — gestora de serviços de diagnóstico
por imagem na rede pública — aponta que, de 2020 para 2021, os exames de
ultrassom de tireoide cresceram cerca de 30% na rede pública onde FIDI atua
(foram 22.677 exames em 2020 e 30.473 em 2021). Até maio de 2022, o número de
exames realizados já chegou a 11.791.
“O câncer de tireoide é responsável por aproximadamente 1% de todos os tumores malignos do corpo. No entanto, suspeita-se que sua incidência seja maior pelo fato de ser um tumor geralmente pouco agressivo, que pode passar despercebido ao longo da vida. O câncer de tireoide é três vezes mais comum nas mulheres do que nos homens. Dois em cada três casos ocorrem com pessoas na faixa etária entre 20 e 55 anos de idade”, explica a oncologista Andréa Barros, médica membro da plataforma Doctoralia.
A abordagem inicial do paciente consiste no exame físico, na avaliação do hormônio estimulador da tireoide (TSH) e das características ultrassonográficas dos nódulos tireoidianos e eventual linfadenopatia, que é quando os nódulos linfáticos aumentam de tamanho. “Com ultrassonografia, a detecção de nódulos da tireoide tornou-se cada vez mais frequente e, o grande desafio na prática clínica consiste em identificar quais dessas lesões são realmente relevantes e precisam ser diagnosticadas. As informações obtidas servirão como base para proceder ou não a exames mais específicos para confirmar a gravidade daquele nódulo”, complementa Igor Santos, médico radiologista e superintendente de FIDI.
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a maioria dos nódulos (cerca de 90%) são benignos (não-cancerosos), mas aqueles que são cancerosos podem espalhar por todo o corpo e colocar a vida em risco.
Os especialistas indicam que é fundamental fazer os exames de rotina e procurar o médico sempre que tiver algum tipo de mudança na região onde está localizada a tireoide: nódulo no pescoço, dor na parte da frente do pescoço, que pode irradiar para os ouvidos, rouquidão ou mudança no timbre de voz que não passa com o tempo, dificuldade para engolir, dificuldade para respirar e tosse que não passa e não é causada por gripe devem ser considerados sinais de alerta.
Os tratamentos podem ser realizados por meio de cirurgia, terapia com iodo radioativo, radiação externa e quimioterapia.
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