O Papa Francisco disse nesta
terça-feira que o presidente russo, Vladimir Putin, está se esquivando de seu
pedido de uma reunião em Moscou para falar sobre a paz na Ucrânia.
No início da guerra, Francisco
fez o gesto sem precedentes de visitar sozinho o embaixador russo no Vaticano,
para pedir o fim das hostilidades. Falando ao jornal italiano Corriere della
Sera, o pontífice revelou que 20 dias após o início do conflito, que começou em
24 de fevereiro, o papa pediu ao vice-cardeal Pietro Parolin que também
transmitisse a mensagem de que estava pronto para ir a Moscou.
“Ainda não recebemos uma
resposta e ainda estamos pressionando por isso, embora temo que Putin não possa
e não queira ter essa reunião agora”, disse Francisco. O papa disse que uma
visita a Moscou deve ter precedência sobre Kiev, onde foi convidado pelos ucranianos.
“Eu deveria conhecer Putin
primeiro. Mas mesmo eu sendo um padre, o que posso fazer? Eu faço o
que eu posso. Se ao menos Putin abrir a porta…”, disse Francisco. O papa
confirmou que cancelou uma reunião com o chefe da Igreja Ortodoxa Russa, Patriarca
Kirill, planejada para 14 de junho em Jerusalém. Kirill tem sido um firme
defensor da guerra russa na Ucrânia, uma postura que Francisco criticou.
“O Patriarca não pode se
tornar o coroinha de Putin”, disse o papa. Francisco disse estar “pessimista” sobre
as perspectivas de paz, embora tenha dito que foi informado pelo
primeiro-ministro húngaro Viktor Orban, que o encontrou em Roma no mês passado,
que a Rússia cessaria as hostilidades em 9 de maio, uma data simbólica que
marca a vitória da União Soviética. sobre a Alemanha nazista.
“Não há vontade suficiente
para a paz. A guerra é terrível e devemos dizê-la em voz alta”, disse ele.
Nenhum comentário:
Postar um comentário