Estudantes da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) desenvolveram uma interface de
rastreamento de câncer de mama que utiliza apenas uma gota de sangue da
paciente para apontar um diagnóstico. A ideia, que já é desenvolvida há três
anos por um grupo de pesquisadores da UFRN, acaba de vencer o primeiro lugar
global na Bayer Digital Campus Challenge 2020, competição internacional
patrocinada pela Bayer (empresa química e farmacêutica), na qual estudantes de
todo o mundo apresentam inovações para a empresa.
Os
alunos Ingrid de Moura Câmara (Química do Petróleo), João Vitor Medeiros Mariz
(Química Licenciatura) e Raíssa Vanessa de Oliveira Silva (Química
Licenciatura) batizaram o projeto de IRACEMA. “Além de fazer referência a uma
grande obra da nossa literatura, o termo também se encaixa como sigla para
Interface de RAstreamento do CâncEr de Mama”, explica Ingrid. Para ela a
interface é eficaz pois automatiza a parte estatística do modelo quimiométrico.
“Todos os processamentos escolhidos pelo grupo de pesquisa tiveram os melhores
resultados e mostram de maneira simples, rápida e com baixo custo o resultado
da análise de sangue”, afirma.
O
grupo foi orientado pelo professor do Instituto de Química (UFRN) Kássio
Michell Gomes de Lima, que dedicou os últimos anos ao desenvolvimento e
aplicação do exame conhecido como bioespectroscopia e outras técnicas
multivariadas de classificação, na busca por um diagnóstico alternativo ou
complementar à mamografia. “Neste trabalho os alunos apresentaram uma proposta
de implementação da bioespectroscopia aliada com técnicas de classificação
multivariada para rastreamento primário do câncer de mama como uma proposta de
inovação tecnológica. Os alunos apresentaram a empresa Bayer, destacando as
potencialidades da técnica bem como um modelo de negócio a ser estudado pela
empresa visando sua implantação na rotina”, sugere o professor Kassio.
A Bayer Digital Campus Challenge 2020 reuniu estudantes das áreas de ciência, tecnologias, engenharia, matemática, economia ou humanidades, que puderam apresentar inovações, com a promessa de que a Bayer irá comprar e capitalizar as melhores ideias e invenções e poderá usá-las para desenvolver tecnologias para a saúde. Neste ano, se inscreveram 1.223 participantes de 81 países, que formaram 577 equipes. Na final do evento, transmitida ao vivo nesta quarta-feira, 02 de dezembro, a equipe da UFRN teve vinte minutos para apresentar a IRACEMA e mais dez minutos para responder às perguntas do júri. Logo após foi anunciada como a vencedora global. Segundo o site da BAYER a equipe da UFRN será recompensada com uma viagem para as cidades de Berlim, Barcelona ou Boston, além de receber uma mentoria especial.
Challenge
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