O Papa Francisco celebrou uma
Missa do Galo de véspera de Natal nesta quinta-feira mais sisuda devido à
pandemia de coronavírus e disse que as pessoas deveriam se sentir obrigadas a
ajudar os necessitados porque o próprio Jesus nasceu pobre.
“Deus veio entre nós em pobreza e necessidade, para nos dizer que ao servir os pobres, mostraremos nosso amor por Ele”, disse o papa, que celebra o oitavo Natal de seu pontificado. O Papa Francisco disse que o Natal deveria fazer com que todos refletissem sobre “nossa injustiça com muitos de nossos irmãos e irmãs”, em vez de buscarem “nosso desejo sem fim de posses” e prazeres efêmeros.
“Somos filhos amados. É esse o coração indestrutível de nossa esperança, o núcleo incandescente que sustenta a existência. Sob nossas qualidades e nossos defeitos, mais forte que as feridas e os fracassos do passado, que os medos e inquietações pelo futuro, existe essa verdade: somos filhos amados”, afirmou Francisco. Em sua homilia, Jorge Bergoglio ainda alertou que, muitas vezes, “famintos por divertimento, sucesso e mundanidade, alimentamos a vida com comidas que não tiram a fome e nos deixam um vazio”.
“Insaciáveis por ter, nos lançamos em muitas manjedouras de vaidade, esquecendo a manjedoura de Belém. […] Nós falamos muito, mas frequentemente somos analfabetos em bondade”, acrescentou. Segundo Francisco, “Deus nasceu menino para nos incentivar a cuidar dos outros”. “Seu choro terno nos faz entender o quão inúteis são nossos caprichos, e temos muitos. Seu amor desarmado e desarmante nos lembra que o tempo de que dispomos não serve para nos lamentarmos, mas para consolar as lágrimas de quem sofre”, disse.
O Papa ainda citou a poeta americana Emily Dickinson (1830-1886), com os versos: “A morada de Deus é próxima à minha; Sua mobília é o amor”. A missa foi realizada em uma parte dos fundos da Basílica de São Pedro com menos de 100 participantes e apenas um pequeno número de cardeais e bispos. Ela normalmente é realizada na parte principal da basílica e presenciada por até 10 mil pessoas, incluindo diplomatas representando cerca de 200 países.
Todos com exceção do papa e do pequeno coro usavam máscara
durante a missa, que começou duas horas mais cedo do que o normal para que
mesmo o limitado número de pessoas que participaram pudessem voltar para casa a
tempo do toque de recolher de 22h.
Via: UOL
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