segunda-feira, 26 de junho de 2017

MUNDO: Incêndio em Portugal gera debate sobre o eucalipto, um dos motores econômicos do Brasil


O incêndio que na última semana devastou mais de 30 mil hectares de floresta e matou 64 pessoas em Portugal levantou mais uma vez o debate sobre os riscos do plantio de eucalipto, uma atividade com crescente importância para a economia do país europeu - assim como para o Brasil.

Nos dias que se seguiram à tragédia em Pedrógão Grande, na região central do país, diversos setores da sociedade portuguesa começaram a cobrar maior controle do plantio de eucalipto, a árvore dominante na área afetada pelo incêndio e que representa cerca de 30% de toda a cobertura florestal portuguesa.

Uma petição online que já recolheu assinaturas suficientes para ser obrigatoriamente discutida no Parlamento exige a revogação de um decreto-lei, assinado em 2013, que facilitou o plantio do eucalipto. A árvore apresenta alta rentabilidade financeira em curto prazo, mas também é conhecida por ser muito inflamável.

"O decreto-lei 96/2013 implementou o novo regime de arborização, que liberaliza a plantação em monocultura de eucalipto, deixando de ser necessário pedido de autorização prévia às autoridades florestais para plantar até dois hectares", explica o texto da petição. Segundo o engenheiro zootécnico João Camargo, a política de incentivo à plantação de eucalipto não é recente e causou uma mudança profunda no território do país europeu.

"Existe há algumas décadas um predomínio total da pasta de celulose sobre outros setores da indústria florestal, graças a uma sequência de governos responsáveis por uma legislação muito favorável à proliferação do eucalipto", afirma Camargo, doutorando em alterações climáticas e políticas de desenvolvimento sustentável pela Universidade de Lisboa.

Via: BBC Brasil


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