O PSDB aprovou nesta
quinta-feira a fusão com o Podemos. A decisão foi tomada por unanimidade
durante a convenção nacional convocada para hoje. Participaram do processo
integrantes do Diretório Nacional do partido, senadores, deputados e
representantes de cada estado. Foram 201 votos a favor, dois contrários e duas
abstenções.
A união acontece em meio a um
processo de desidratação do PSDB, que já comandou a Presidência da República
por dois mandatos com Fernando Henrique Cardoso e polarizou a política nacional
com o PT por cerca de 20 anos, mas que hoje tem uma bancada diminuta no
Congresso, de governadores e de líderes nacionais. Nas perdas mais recentes, os
governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e de Pernambuco, Raquel Lyra,
saíram do PSDB e se filiaram ao PSD.
O Podemos ainda precisa votar
para decidir se concorda com a fusão, mas a tendência é que a sigla não crie
obstáculos para a aliança.
Assim como uma federação, a
fusão é instrumento pelo qual os partidos se unem para somar os resultados das
bancadas da Câmara dos Deputados para evitar serem atingidos pela cláusula de
barreira, que impede partidos pequenos de terem acesso ao fundo partidário e a
tempo de propaganda. No entanto, diferente de uma federação, que pode ser
desfeita após quatro anos, a fusão é permanente.
A cúpula do PSDB pretende
preservar o nome e o programa do partido mesmo com a fusão com a outra legenda,
mas isso ainda será objeto de debates com o Podemos.
A fusão ainda precisa ser
aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Caso saia do papel, o novo
partido teria um fundo partidário de R$ 90 milhões para 2025, a quinta maior
quantia entre os partidos. A nova sigla começaria com uma bancada de 28 deputados
federais, a sétima maior da Câmara, de sete senadores, empatando com PP e União
Brasil como a quinta maior bancada do Senado. Mesmo com a fusão, o grupo teria
apenas um governador, que é Eduardo Riedel (PSDB-MS), que ameaça sair da
legenda.
Após rivalizar com o PT por
décadas, o PSDB registrou resultados pífios nas últimas eleições e conta hoje
com uma bancada de 13 deputados e 3 senadores. O prognóstico traçado por seus
dirigentes é que a sigla poderá não atingir a cláusula de barreira na próxima
eleição. O dispositivo prevê um número mínimo de eleitos para que o partido
continue a receber recursos e tenha tempo de propaganda na TV e no rádio.
Antes de se unir ao Podemos, o
PSDB chegou a negociar uma possível fusão com o PSD, de Gilberto Kassab, e o
MDB, de Baleia Rossi. Mas, a preferência dos dirigentes do PSD de incorporar o
PSDB e fazer com que a sigla desaparecesse, fez com que os tucanos desistissem
da ideia.
Após a fusão com o Podemos ser
implementada, dirigentes tucanos desejam ainda que o novo partido forme uma
federação com outras siglas. Entre os partidos avaliados para a possível
federação estão Solidariedade, MDB e Republicanos. As negociações envolvem os
presidentes das três legendas e também atores dos partidos com relevância
nacional, como o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o
ex-presidente Michel Temer.
Via: O
Globo
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