A presidente interina da
Petrobras, Clarice Coppetti, começou a desligar os assessores especiais e
gerentes-executivos da órbita pessoal do ex-CEO Jean Paul Prates, que deixou a
empresa na última terça após ter sido demitido por Luiz Inácio Lula da Silva.
Até agora foram pelo menos 20 assessores e executivos com
status de diretor e gerente, todos pessoalmente ligados a Prates. Na
quarta-feira, quando o conselho oficializou a saída do CEO e Coppetti foi
confirmada como interina, já tinham sido destituídos dos cargos o diretor
financeiro, Sergio Caetano Leite, e o gerente-executivo de Relações
Institucionais, João Paulo Madruga.
A nova direção da petroleira trata as demissões como naturais e necessárias. A assessoria de imprensa da Petrobras afirmou que se trata de um “procedimento padrão”. A companhia disse ainda que eram 20 os assessores ligados a Prates, embora aliados do ex-CEO contabilizem 40 assessores ao todo na presidência. Parte desse pessoal, cerca de 10 funcionários, foi indicada por políticos do PT e também pela Federação Única dos Petroleiros, a FUP. A tendência é que não sejam demitidos, uma vez que deram apoio nos bastidores à indicação de Magda Chambriard, que vai assumir o comando da Petrobras no lugar de Prates.
Haddad diz que demissão na Petrobras é “natural”
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira 17 que é “natural” que haja trocas na presidência da Petrobras e que a demissão de Jean Paul Prates do comando da petroleira foi uma escolha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Haddad negou também interferência de ministros na tomada de decisão. Jean Paul Prates foi demitido do comando da estatal nesta semana. A decisão aconteceu após meses de desgaste entre Prates e os ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Rui Costa (Casa Civil).
“O que teve na Petrobras, regra geral, é (que o presidente
é) quase um ministro. É uma pessoa que tem que ter uma relação muito próxima ao
presidente da República, é a maior companhia do país. É estratégica por várias
razões, então é natural que possa haver uma troca a depender do julgamento do
chefe do Executivo”, disse o ministro para jornalistas no ministério da
Fazenda.
Ele acrescentou: “Como foram em todas as ocasiões em que
Lula presidiu o Brasil, foi uma escolha muito pessoal dele, sem interferência
de ministros. Como, nesse caso, também aconteceu. Não houve interferência de
ministros, ao contrário do que vem sendo veiculado. Não aconteceu isso, foi uma
escolha pessoal dele”.
O argumento do grupo de Costa e Silveira no embate com
Prates era de que o antigo presidente não estava entregando os resultados da
Petrobras que eram esperados pelo governo.
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