Um ataque aéreo realizado por
Israel matou pelo menos 35 pessoas em um acampamento na cidade de Rafah, em
Gaza, de acordo com médicos. Líderes europeus condenaram a ação nesta
segunda-feira (27) e pediram que decisão da Corte Mundial seja implementada para
interromper a ofensiva israelense. O ataque ocorreu no bairro de Tel Al-Sultan,
onde milhares de pessoas estavam abrigadas depois que as forças Israelenses
iniciaram ofensiva terrestre no leste de Rafah há mais de duas semanas.
Segundo matéria da Agência Brasil, famílias palestinas correram para os hospitais a fim de organizar os enterros de conhecidos mortos, depois que o ataque no domingo incendiou tendas e abrigos precários. “O mundo inteiro está testemunhando Rafah sendo queimada por Israel e ninguém está fazendo nada para impedir isso”, disse Bassam, um morador da cidade, em mensagem na internet, sobre o ataque a uma área do oeste que havia sido designada como zona segura.
Apesar da movimentação global pelo número de civis mortos,
os tanques israelenses continuaram bombardeando as áreas leste e central da
cidade, matando oito pessoas, segundo autoridades de saúde locais. As Forças
Armadas de Israel disseram que o ataque aéreo de domingo, baseado em
“inteligência precisa”, eliminou o chefe de gabinete do grupo militante Hamas
para o segundo e maior território palestino, a Cisjordânia, além de outro
oficial responsável por ataques a israelenses. O país manteve os ataques a Rafah,
apesar de uma decisão do principal tribunal da Organização das Nações Unidas
(ONU) na sexta-feira, ordenando que parassem, argumentando que a decisão da
corte lhe concede alguma margem para ação militar no local.
Ontem, o governo israelense havia dito que oito foguetes
foram interceptados após serem disparados de Rafah. Um ministro afirmou que
isso mostrava a necessidade de continuar as operações contra o Hamas. Muitos
dos mortos eram mulheres e crianças, disseram as autoridades de saúde,
acrescentando que o número de óbitos provavelmente aumentará, pois alguns
ficaram em estado crítico com queimaduras graves. A ministra das Relações
Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, e o chefe de política externa da União
Europeia, Josep Borrell, disseram que a decisão deve ser respeitada. “A lei
humanitária internacional se aplica a todos, inclusive à condução da guerra por
parte de Israel”, afirmou Baerbock.
Para a agência da ONU para refugiados palestinos, a
situação é horrível. “Gaza é o inferno na terra. As imagens da noite passada
são mais uma prova disso”, escreveu a UNRWA na rede social X.
Cerca de 36 mil palestinos foram mortos até o momento na
ofensiva israelense, segundo autoridades de saúde. Israel lançou a operação
depois que militantes liderados pelo Hamas atacaram comunidades do sul do país
em 7 de outubro, matando cerca de 1.200 pessoas e fazendo mais de 250 reféns,
de acordo com os registros israelenses. O Egito condenou o “bombardeio
deliberado das tendas dos deslocados” pelos militares israelenses, informou a
mídia estatal, descrevendo-o como uma violação flagrante do direito internacional.
A Arábia Saudita também condenou o ataque israelense e o Catar disse que o
ataque em Rafah pode prejudicar os esforços para mediar um cessar-fogo e a
troca de reféns.
Via: Agência Brasil
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