O núcleo duro do Centrão
estima que poderá eleger até metade da Câmara na próxima legislatura. PL,
Progressistas e Republicanos lançaram 1.521 candidatos, quantidade três vezes
maior do que o contingente que disputou a eleição quatro anos atrás pelas legendas.
Hoje, esses partidos detêm 179 das 513 cadeiras da Casa.
O
Centrão, que comanda a Câmara, com Arthur Lira (Progressistas-AL),
e tem o presidente da República, Jair Bolsonaro(PL),
como candidato, conta com recursos do orçamento secreto, que garantem obras de
grande apelo eleitoral, para o seu plano de controlar o próximo Congresso.
Os políticos do grupo se apresentam como de direita, defendem a família, a
pauta de costumes e o liberalismo na economia. De acordo com pesquisas, o eleitorado
tem se identificado mais com partidos de direita.
O
número de candidatos representa 14,8% de todos os políticos que disputam uma
cadeira de deputado federal por 32 partidos neste ano. Em 2018, PL,
Progressistas e Republicanos apresentaram 574 nomes para concorrer à Câmara,
6,7% dos 8.588 candidatos. Elegeram 101. A esquerda lançou nesta eleição 1.260
candidatos pelo PT, PSB e Pros, siglas que apoiam a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
na disputa presidencial.
A
cientista política Graziella Testa, professora da Fundação Getulio Vargas,
disse que o Centrão deixou de ser apenas um bloco de partidos para se tornar um
“estilo” de fazer política. “Refere-se mais a um comportamento. Em alguns
partidos, isso é mais claro. É o parlamentar que tem mais preocupação em estar
próximo ao recurso e em levar benesses para a região do que com ação
programática ou ideológica. E sobre as benesses podemos pensar também num
parlamentar bem intencionado, mas que atua de forma pouco republicana. A função
do parlamentar não é essa, formalmente”, afirmou.
O Centrão continuará com papel estratégico. Com Lula, uma parte do PL pode rachar. PP e Republicanos continuariam fechados, mas com maioria numa coalizão com Lula. Caso Bolsonaro vença, eles continuarão tendo controle do Congresso e, em particular, do orçamento secreto.”
O
presidente da Câmara vê injustiça nas críticas ao bloco. “O Centrão que eu faço
parte não achincalha, não exige, não faz o toma lá, dá cá. O que fizemos nesses
últimos dois anos foi retomar as prerrogativas do Executivo”, disse em encontro com empresários,
nesta sexta-feira, 19. Ao Estadão,
ele já declarou que se não fosse o Centrão, as principais pautas econômicas do
País não teriam avançado, como a independência do Banco Central e a reforma da
Previdência, ambas aprovadas no governo Bolsonaro.
Via: ESTADÃO
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