Nesta quinta-feira (01), o
Departamento de Justiça dos EUA anunciou a suspensão temporária das execuções
ordenadas pela Justiça Federal. A decisão é uma resposta a ativistas que
questionam o funcionamento da pena de morte no país.
Em comunicado, o secretário de Justiça, Merrick Garland, afirmou que os procedimentos serão revisados para evitar “arbitrariedades” nas condenações de negros. Ele ainda citou os altos índices de mudanças de sentença. O Departamento de Justiça “deve garantir que todos no sistema de justiça criminal federal tenham não somente os direitos garantidos pela Constituição e as leis dos Estados Unidos, mas também sejam tratados de forma justa e humana”.
A medida vale só para condenações em cortes federais. Atualmente, 21 Estados norte-americanos adotam a pena de morte. As decisões estaduais não serão impactadas pela medida. No comunicado, Garland não confirmou se o Departamento de Justiça vai pedir que os tribunais federais evitem condenações à morte. Joe Biden é o 1º presidente dos Estados Unidos a se opor à pena de morte. Durante a campanha, ele se comprometeu a colocar fim à pena capital na esfera federal e a incentivar os Estados a seguirem os seus passos.
No entanto, nenhuma ação nesse sentido tinha sido tomada desde que ele assumiu a Presidência, em janeiro deste ano. Inclusive, há duas semanas, o mesmo Departamento de Justiça pediu a aplicação da pena de morte a um dos responsáveis pelo atentado na Maratona de Boston de 2013, Dzhokhar Tsarnaev. O caso está em uma corte de apelações por divergências relacionadas à escolha dos jurados.
Questionada, a Casa Branca se justificou afirmando que o Departamento de Justiça é autônomo e reafirmou que Biden “tem graves questões sobre a pena de morte, da maneira como ela é implementada hoje”. As execuções ficaram suspensas de 2003 e 2019 por conta de questionamentos legais a cerca do método utilizado. Os condenados recebiam uma combinação de 3 drogas. Em 2019, o então secretário de Justiça, William Barr, ordenou o retorno das execuções argumentando ser uma obrigação do Estado para com as vítimas e suas famílias. Ele determinou que fosse usada apenas uma injeção, um forte sedativo. Ao todo, de julho de 2020 a janeiro de 2021, 13 pessoas foram executadas dessa forma.
No ano passado, Barr chegou a liberar o uso de outros métodos de execução, como pelotão de fuzilamento, câmara de gás e cadeira elétrica, dizendo que alguns Estados já utilizam esses métodos.
Via: Robson Pires
Nenhum comentário:
Postar um comentário