A
médica Lúcia de Fátima Dantas Abrantes, de 65 anos, morreu infectada pelo
coronavírus no município de Iguatu (CE), cidade localizada a 370 quilômetros ao
sul de Fortaleza. Funcionária de três hospitais da rede pública, ela passou
mais de dez dias internada em uma UTI.
Em
março, por duas vezes Lúcia minimizou nas redes sociais os riscos da covid-19.
“Existem vírus muito mais potente e que matam muito mais (h1n1 por exemplo) e
ninguém está nem aí para eles. Por que será?”, escreveu Lúcia, que também
referendou críticas à cobertura da imprensa a respeito da pandemia. No dia 27,
ela compartilhou uma convocação para uma carreata pela reabertura do comércio
em Recife, organizada por empresários.
Lúcia
recebeu várias homenagens de colegas, que enalteceram sua dedicação
profissional. De acordo com a secretaria de Saúde de Iguatu, ela começou a
apresentar sinais da doença depois que voltou de Fortaleza, ainda em março. Foi
internada e o teste deu positivo para covid-19. Segundo
boletim divulgado ontem pelo Ministério da Saúde, o Ceará é o terceiro estado
com mais casos de coronavírus, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro.
Ontem o estado registrava 58 mortes relacionadas ao coronavírus.
Apesar
da crítica ao isolamento, a médica compartilhava nas redes sociais
mensagens de defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e de apoio a profissionais
de saúde envolvidos no atendimento a pacientes com covid-19. Lúcia trabalhava
na Unidade Básica de Saúde (UBS) de Sítio Gadelha, na zona rural de Iguatu, e
também fazia plantões no Hospital Municipal de Quixelô e no Hospital Regional
de Iguatu.
No
último domingo morreu em Goiânia, vítima de covid-19, uma técnica em enfermagem
que participou de campanha que defendia que as pessoas ficassem em casa como
medida preventiva.
Congresso
em Foco
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