A ata do Copom (Comitê de
Política Monetária) divulgada na terça-feira (17) pelo BC (Banco Central)
trouxe uma informação que pode representar um alívio para o brasileiro que não
dispensa um pedaço de carne nas refeições do dia a dia.
A
alta no preço da carne, impulsionada pelas exportações para a China, ficará
concentrada apenas em novembro e dezembro de 2019, não impactando nas projeções
para a inflação em 2020, afirma o documento, que explica quais foram as
variáveis analisadas na última reunião do ano e traz pistas para o mercado
fazer suas próprias projeções.
“Os
economistas do Banco Central estão apostando que o reajuste no preço da carne é
algo passageiro. E, de fato, é uma tendência natural de mercado que exista uma
demanda muito grande em um determinado período e depois ocorra o
desaquecimento”, diz Ricardo Teixeira, coordenador do MBA de Gestão de
Financeira da FGV (Fundação Getulio Vargas).
Para
o economista, o Brasil tem condições de atender tanto o mercado interno quanto
o externo. “O preço pode até subir um pouco nos próximos meses, mas depois vai
estabilizar e ficará num nível administrável”, comenta. No
final de dezembro, o quilo da carne bovina era cotado a R$ 15,79, segundo
levantamento feito pelo Cepea/Esalq/USP (Centro de Estudos Avançados em
Economia Aplicada). Esse
valor refere-se ao quilo da carcaça casada dianteiro (carne de segunda),
traseiro (carne de primeira) e a ponta de agulha (costela).
Thiago
Bernardino Carvalho, pesquisador de pecuária do Cepea, diz que 80% da carne
produzida no Brasil é consumida pelo mercado interno. “Em
cada cinco bifes produzidos, quatro ficam por aqui. O aquecimento do mercado
interno dependerá do fortalecimento da nossa economia”, afirma Carvalho. O
pesquisador conta que a oferta de carne bovina estava mais restrita no Brasil,
principalmente no segundo semestre. “Somada
uma oferta restrita com uma demanda forte da China, consequentemente houve
aumento nas exportações e gerou um reflexo por aqui.”
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