A
combinação chuva, calor e descarte inadequado de lixo, mais o comportamento
sazonal do mosquito Aedes aegypti monitorado pela Secretaria Estadual de Saúde
Pública (Sesap) indicam uma tendência de epidemia de dengue no Rio Grande do
Norte. A análise é da Subcoordenadoria de Vigilância Epidemiológica (Suvige),
que classificou como “risco e/ou alerta” 161 dos 167 municípios do Estado. Nos
primeiros 45 dias de 2019, a Sesap já confirmou 246 casos de dengue no RN –
sendo dois casos graves – e 12 de chikungunya. As áreas com maior potencial
epidêmico são o Seridó potiguar e a Região Metropolitana de Natal, enquanto a
regional de João Câmara apresentou os melhores números.
“A cada três ou cinco anos,
conforme o comportamento natural do Aedes aegypti, já esperávamos um ano
epidêmico em 2019. Por isso já estamos trabalhando em um formato diferente de
combate ao vetor. Ao avaliarmos todos os dados, podemos dizer que sim: vão se
suceder novos casos de arboviroses no Estado. Esperamos uma curva ascendente, e
estamos reforçando as campanhas durante o Carnaval”, adiantou Alessandra
Lucchesi, subcoordenadora de vigilância epidemiológica do RN. Alessandra
destacou que o número de casos confirmados de dengue “aumentou
significativamente com relação ao mesmo período de anos anteriores”.
Vale ressaltar que o papel
da Sesap é orientar e coordenar as ações, que são executadas pelos municípios.
“O que temos feito, de fato, é orientar as Unidades Regionais de Saúde Pública
(Ursap) para intensificar o diálogo com as gestões municipais”, disse a
coordenadora da Suvige. Para ela é preciso reforçar “ainda mais” a parceria com
os responsáveis diretos pela limpeza urbana e trabalhar a conscientização em
relação à importância da notificação.
“Não
dá para combater o vetor de forma solitária, tem que haver uma ação coletiva,
inclusive com participação do população”, garante. Sobre a subnotificação dos
casos suspeitos, Alessandra reforça que a falta de informações dificulta a
tomada de decisões. “Infelizmente isso sempre ocorre, é uma das coisas que
combatemos há muitos anos e ainda é um dos focos que precisamos atuar. Ainda há
uma confusão entre fazer a notificação de um caso suspeito ou apenas quando
está confirmado: a notificação é para ser feita no momento da suspeita;
médicos, enfermeiro ou qualquer outro profissional da saúde pode fazer as
notificações, seja em Unidades Básicas de Saúde, Pronto Atendimento ou
hospitais. Não há perigo de duplicidade, pois o sistema é integrado e o
registro é feito em nome do paciente”, ensina a gestora.
Ela disse que a confirmação
de que há subnotificação é verificada a partir do cruzamento dos dados
coletados no laboratório que faz a análise das amostras (para confirmar ou não
a suspeita de alguma arbovirose). “É recorrente casos positivos sem ficha de notificação.
Em alguns casos é ainda pior: tomamos conhecimento só depois do óbito”.
A Suvige/Sesap também
acompanha o risco epidêmico a partir do levantamento dos índices de infestação
predial, e outras informações repassadas pelos agentes comunitários de combate
a endemias que visitam as residências. “Hoje no RN só temos seis municípios
(3,59%) que estão com situação considerada satisfatória”, disse Alessandra
Lucchesi, lembrando que o uso de “carros fumacê” é a última opção – a
prioridade é prevenir. “É um inseticida (o fumacê) e temos que pesar o custo
benefício para fazer as coisas de modo responsável”. Ela assegura que não será
possível mudar o quadro de um ano para outro, mas que a meta da Suvige é
alcançar – nos próximos quatro anos – resultados mais positivos com base no
fortalecimento das unidades regionais de saúde.
Números da dengue em 2019
1.092 Notificações
246 Casos confirmados
Lista de municípios com os
maiores índices de notificações de suspeitas de dengue:
Natal – 605
Mossoró – 111
Lagoa Nova – 36
Santa Cruz – 36
Doutor Severiano – 28
Macaíba – 25
Currais Novos – 25
Caicó – 24
São José de Mipibu – 21
Parnamirim – 21
Guamaré – 16
Jucurutu – 11
Nova Cruz – 10
Com informações Tribuna do Norte
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