A cúpula da arbitragem da Fifa afirma estar
"satisfeita" com as decisões tomadas pelos árbitros no jogo entre
Brasil e Suíça. A reportagem apurou que, depois de uma revisão da partida,
a comissão de Arbitragem e seu diretor não acreditam que houve uma falha evidente.
Mas admitem que a tecnologia não vai acabar com as polêmicas e com as
subjetividade.
Durante o jogo, no lance que resultou no gol da Suíça, os árbitros na
cabine avaliaram a cena, inclusive em câmara lenta. Mas chegaram à conclusão de
que não houve uma falta sobre Miranda. Por isso, não chamaram o árbitro em
campo. Diante do silêncio, ele manteve sua decisão, que também apontava para o
fato de não haver uma falta.
Já no
caso de Gabriel Jesus, o mesmo processo ocorreu. Na cabine do VAR, os árbitros
retaliaram o lance, mesmo sem que o juiz da partida soubesse. Mas optaram por
não alertar o árbitro César Ramos, em comando em campo. Por isso, o lance
também seguiu.
Massimo
Busacca, diretor de Arbitragem, e Pierluigi Collina, chefe da Comissão de Arbitragem,
teriam demonstrado apoio à decisão no jogo. Mas, à reportagem, um dos diretores
da Fifa também admitiu que existe uma orientação de que nem todos os lances
devem ser alvo de uma reavaliação de vídeo, paralisando o jogo.
Depois de
quatro dias do uso da tecnologia numa Copa do Mundo, a percepção é que um dos
projetos mais ambiciosos e arriscados da Fifa - a introdução da tecnologia no
futebol - por enquanto não acabou com as polêmicas no jogo. Mas apenas as
transferiu para outras instâncias.
A avaliação
é de membros da comissão de arbitragem da Fifa que vem se reunindo diariamente
para avaliar a situação. À reportagem e na condição de anonimato, um dos
principais nomes da arbitragem da Fifa não disfarça seu sentimento de que o uso
da tecnologia não representa o fim dos debates no futebol.
Não
restam dúvidas, segundo a entidade, que os números de erros poderão desabar com
o uso da tecnologia. "Quando o debate é se a bola cruzou ou não a linha do
gol, teremos uma ajuda fundamental", disse.
Mas, em
algumas ocasiões como no caso do lance entre Miranda e o atacante suíço, a
decisão continua sendo subjetiva. "Você pode ver a imagem mil vezes. Mas
não há como saber se o toque foi apenas um toque ouse houve força para
empurrá-lo", explicou um dos árbitros. "Do outro lado do computador,
continua havendo um ser humano", comento.
No caso
de Miranda, o julgamento do árbitro que estava na tela de vídeo foi de que não
havia uma falta e, portanto, não indicou nada ao juiz da partida, em campo. Esse
não foi o único caso de controvérsias. O técnico da Austrália, Bert van
Marwijk, criticou o árbitro uruguaio, Andres Cunha, depois de ele optar por dar
um pênalti para a França ao rever um lance pelo vídeo. "Espero que um dia
haja um árbitro muito honesto", disse. O lance resultou no segundo gol da
França e a vitória por 2 x 1 contra a Austrália.
O Estadão
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