Pacientes com depressão
resistente ao tratamento podem ser voluntários de pesquisa que investiga a
cetamina como um tratamento alternativo para a doença. O estudo é realizado na
UFRN pelo Departamento de Fisiologia e Comportamento (DFS) do Centro de
Biociências (CB), pelo Instituto do Cérebro (ICe) e pelo Departamento de
Psiquiatria do Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol).
A
equipe de pesquisadores é formada pelos professores Dráulio de Araújo e
Fernanda Fontes (ICe/UFRN); Nicole Galvão (DFS/CB/UFRN); Patrícia Cavalcanti e
Emerson Arcoverde, do Departamento de Psiquiatria do Huol. O tratamento é
gratuito e dura nove semanas. A administração da cetamina é semanal, e cada
sessão tem um tempo médio de duas a três horas. Para participar, basta enviar
um e-mail para cetaminaufrn@gmail.com demonstrando interesse, e serão
enviadas as instruções.
A
coordenadora do estudo, Nicole Galvão, explica que a cetamina é um anestésico
utilizado há muito tempo na clínica médica. “Há uns vinte anos, ele começou a
ser atestado para depressão. Existe uma fórmula que foi aprovada no final de
2019 para depressão de pacientes com resistência ao tratamento, ou seja, que
não responde à medicação convencional; apesar de ser spray, precisa ser
aplicado em ambiente hospitalar. Só que, com a liberação da Anvisa, essa
medicação no Brasil custa muito caro, contando toda a parte médica, hospitalar
e a própria substância”, destaca.
“Uma
aplicação custa cerca de R$5 mil. Então, o objetivo do estudo é validar a mesma
substância, só que com uma aplicação subcutânea na região do abdômen, como se
fosse a aplicação de insulina para que seja mais acessível, principalmente no
contexto da população brasileira. Uma unidade dessa substância custa
aproximadamente R$15”, explica Nicole.
Nesta
fase, o projeto está trabalhando em colaboração com a Universidade da
Califórnia de São Francisco, com uma equipe que tem respaldo na questão de
terapia assistida por psicodélico. Este grupo está treinando os psicólogos e os
psiquiatras do Huol. “Além de oferecer a cetamina para o paciente, a gente
também busca fazer todo um protocolo de psicoterapia. Nós acreditamos que será
mais vantajoso para o paciente. Então, estamos muito felizes com essa parte e
com essa parceria, que nos possibilita passar ao paciente uma terapia adicional
para que haja uma melhora clínica”, relata a coordenadora.
Requisitos para participar do tratamento:
Via: Tribuna do Norte
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