Os casos de estupro de
vulnerável contra meninas cresceram 6,8% em um ano no Rio Grande do Norte,
saindo de 316 casos em 2020 para 340 registros em 2021. Os dados estão no
Anuário Brasileiro da Segurança Pública, divulgado na última terça-feira 28.
De
acordo com o documento, os casos de estupro contra mulheres diminuíram no RN.
Em números absolutos, os casos saíram de 175 para 154 entre 2020 e 2021, uma
diminuição percentual de 12,7%. Segundo o anuário, em 2021, os índices de
estupro no Brasil mostram que as vítimas são majoritariamente mulheres (88,2%).
Desse percentual, 61,3% são meninas de até 13 anos, sendo a maior concentração
na faixa de 5 a 9 anos, com 19,1% das vítimas, e de 10 a 13 anos, que reúne
31,7% dos registros.
Essas vítimas se enquadram na
Lei 12.015/2018 do Código Penal, referente ao estupro de vulnerável – violação
sexual praticada contra qualquer pessoa que tenha até 14 anos de idade ou que
seja incapaz de consentir sobre o ato, seja por conta de sua condição
(enfermidade ou deficiência) ou por não possuir discernimento para tal. Conforme
informa o anuário, a busca para denunciar esse tipo de violência aumentou no
país. No ano passado, 66.020 boletins de ocorrência de estupro e estupro de
vulnerável foram registrados no Brasil, um aumento de 4,2% em relação a 2020.
Para a promotora de Justiça, Érica Canuto, à frente do Núcleo de Apoio à Mulher Vítima de Violência Doméstica do Ministério Público do Rio Grande do Norte, mesmo que o número oficial de denúncias tenha crescido no país, ainda são poucas as mulheres que registram a violência e pedem providências, tanto por sentirem vergonha quanto por acharem que quem a violentou irá mudar. “A violência é muito maior do que consta nos números. O aumento no registro significa tanto que a violência aumentou quanto que existiram mais chances e decidiram denunciar”, afirma.
Além da denúncia, a promotora acrescenta que os meios de proteção devem ser intensificados quando relacionados às crianças e adolescentes, através da educação sexual nas escolas. “Falar sobre violência de gênero nas escolas é uma lei federal e deve ser cumprida, para ensinar professores e funcionários como agir diante dos casos que têm conhecimento e para que crianças consigam identificar que alguns atos são abusos e não afeto, e que encontrem suporte e acolhimento para denunciar”, explica.
Via: Agora RN
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