No Rio Grande do Norte há um
alto índice de acidentes com animais peçonhentos, tendo como carro-chefe os
causados por escorpiões. Só entre janeiro e julho deste ano, o Programa de
Vigilância em Acidentes por Animais Peçonhentos da Secretaria de Saúde Pública
do Estado (Sesap) recebeu 592 notificações de acidentes com escorpiões, de acordo
com mapeamento. Os casos estão entre leves e moderados, não existindo até agora
óbitos registrados.
De acordo com Eduardo Jácome,
que está à frente do Programa, 592 casos de picadas de escorpiões foram
notificados e registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação
(Sinan), podendo ser um número ainda mais alto devido a notificações represadas
que não são enviadas para a Sesap. Mesmo que os casos registrados sejam leves e
moderados, alguns precisaram de soroterapia, sem maiores intervenções.
Em 2021, o RN confirmou dois
óbitos por picadas, e um deles causou comoção por se tratar de uma criança como
vítima. Jácome explicou que o programa investigou o desfecho do caso. “Fomos na
casa visitar o imóvel e o entorno e notamos que tinham muitos entulhos, além de
encanação aberta naquela região, o que acaba favorecendo o aparecimento desse
tipo de animal. A criança brincava nesse ambiente, por fatalidade ele sofreu
essa picada e foi conduzido para o Hospital Walfredo Gurgel. Lá, já foi
evoluindo, teve parada cardiorrespiratória e foi a óbito”, disse.
Há cerca de 3 anos, o servidor
público Joel Câmara, de 30 anos, estava capinando o quintal de casa quando
sofreu uma picada ao pegar o lixo com a mão. “Como estava sem luvas – a gente
assume o risco – pensei ter sido uma picada de formiga mesmo. O problema é que
rapidamente a dor se intensificou. Achei estranho e fui olhar o mato com mais
atenção, quando vi o escorpião, daqueles amarelinhos”, relatou Joel.
Ele ainda explica como o
atendimento foi realizado e quais orientações recebeu. “Particularmente eu não
sabia o que fazer ou o que tomar, então liguei para o Samu. O atendente me
informou que o soro antiescorpiônico só estava à disposição no Hospital Giselda
Trigueiro, então me perguntou onde eu morava [em Parnamirim] e se eu estava
sentindo sintomas leves, em grau moderado ou forte. O rapaz do Samu me
orientou, dizendo que se eu não tivesse sentido sintomas muito fortes, não
seria necessário o deslocamento ao Giselda. O soro se aplica mais nos casos de
crianças, idosos ou pessoas alérgicas, o que provavelmente não era o meu caso.
Resumindo, fiquei em casa e tomei uma dipirona para combater a dor, de forma
localizada na mão, e isso bastou”, contou.
Via: Agora
RN
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