Diante do crescimento das
críticas ao governo por causa da falta de vacinas contra a covid-19, o
presidente Jair Bolsonaro determinou à sua equipe que consiga matéria-prima
para imunizantes onde for possível comprar. Vice-líder do governo no Congresso,
o senador Jorginho Mello (PL-SC) disse que Bolsonaro escalou o ministro da
Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, para desenvolver uma “vacina
brasileira”.
“O presidente está preocupado em imunizar a população para
que todos retomem as atividades de trabalho. Está negociando com a China”,
disse Mello, que conversou com Bolsonaro nesta quarta-feira, 20, à tarde. O
Instituto Butantan e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) dependem do envio de
insumos chineses – Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) – para produção dos
imunizantes no Brasil. O Brasil iniciou a vacinação no domingo, 17, mas, sem
matéria-prima necessária para fabricar mais doses, a previsão é de que a
campanha seja interrompida após a primeira leva.
Bolsonaro se reuniu na manhã desta quarta-feira, 20, com os
ministros Eduardo Pazuello (Saúde), Fernando Azevedo e Silva (Defesa), Ernesto
Araújo (Relações Exteriores), Paulo Guedes (Economia), Tereza Cristina
(Agricultura), Fábio Faria (Comunicações) e Augusto Heleno (Segurança
Institucional) e cobrou medidas para solucionar o atraso na importação de
insumos da China e vacinas da Índia.
À tarde, Pazuello, Tereza Cristina e Fábio Faria fizeram
uma conferência telefônica com o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming.
De acordo com a embaixada, o objetivo era discutir “a cooperação antiepidêmica
e de vacinas entre os dois países”.
Mais cedo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
disse ter informações de que não havia diálogo entre o governo brasileiro e a
embaixada. Em clara resposta a Maia, o Palácio do Planalto, por meio de nota
oficial, afirmou que o governo federal “é o único interlocutor oficial com o
governo chinês”.
Via: Estadão
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