O ministro João Otávio de Noronha, corregedor
Nacional de Justiça, determinou a abertura de procedimento para investigar as
declarações da desembargadora Marília Castro Neves, Tribunal de Justiça do Rio
de Janeiro, que atacou a vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada a tiros na
quarta-feira, 14. A magistrada acusou Marielle de estar
“engajada com bandidos”, ter sido “eleita pelo Comando Vermelho” e ter
descumprido “’compromissos’ assumidos com seus apoiadores”.
O Conselho Nacional de
Justiça (CNJ) emitiu nota nesta terça-feira, 20.
“Diante das recentes
notícias veiculadas em meios de comunicação sobre manifestações públicas da
desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), Marília Castro
Neves, a respeito da vereadora carioca assassinada, Marielle Franco, o
corregedor Nacional de Justiça, ministro João Otávio de Noronha, determinou a
abertura de procedimento para averiguar os fatos.”
Na sexta-feira, a
desembargadora escreveu que “a questão é que a tal Marielle não era apenas uma
‘lutadora’, ela estava engajada com bandidos! Foi eleita pelo Comando Vermelho
(facção criminosa carioca) e descumpriu ‘compromissos’ assumidos com seus
apoiadores. Ela, mais do que qualquer outra pessoa ‘longe da favela’ sabe como
são cobradas as dívidas pelos grupos entre os quais ela transacionava. Até nós
sabemos disso”.
O texto continua: “A verdade
é que jamais saberemos ao certo o que determinou a morte da vereadora, mas
temos certeza de que seu comportamento, ditado por seu engajamento político,
foi determinante para seu trágico fim. Qualquer outra coisa diversa é mimimi da
esquerda tentando agregar valor a um cadáver tão comum quanto qualquer outro”.
O corregedor também de
determinou a abertura de Pedido de Providências sobre uma declaração da
desembargadora em relação a atuação da professora potiguar, Débora Seabra,
portadora da Síndrome de Down. João Otávio de Noronha informou que “será
concedido prazo para que a desembargadora se manifeste a respeito”.
Via: Montoril
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