Indicador de Intenção de Investimentos da
Indústria avançou 7,7 pontos no 1º trimestre, atingindo 123,7 pontos, maior
nível desde o quarto trimestre de 2013 (129,5), segundo a Fundação Getulio
Vargas (FGV). O indicador mede o ímpeto de investimento entre as empresas
industriais.
"O resultado corrobora um cenário de
aceleração dos investimentos em 2018, respaldado pela expectativa de retomada
do crescimento do setor da construção e de mais um bom ano da agropecuária e da
indústria de transformação”, diz Aloisio Campelo Jr., Superintendente de
Estatísticas Públicas da FGV/IBRE.
Segundo ele, a sondagem também identificou redução
da incerteza quanto à execução dos planos de investimento, uma boa notícia, mas
que deve ser absorvida ainda com cautela diante das dúvidas com relação ao
processo eleitoral e suas repercussões sobre a economia.
O indicador chega ao 4º trimestre consecutivo acima
dos 100 pontos, nível em que a proporção de empresas prevendo aumentar o volume
de investimentos produtivos nos 12 meses seguintes é superior à das que
projetam reduzir os investimentos. Isso não ocorria desde 2014, segundo a FGV.
Ainda assim, o indicador continua abaixo do nível médio de 2012-2013, os dois
últimos anos anteriores à longa recessão de 2014-2016.
Entre o 4º trimestre de 2017 e o 1º tri de 2018,
houve aumento da parcela de empresas que preveem investir mais, de 26,6% para
34,7%, acompanhado do aumento, em menor magnitude, da proporção das que preveem
investir menos, de 10,6% para 11,0%.
Grau de certeza sobre investimentos
As empresas industriais também foram consultadas
sobre o grau de certeza quanto à execução do plano de investimentos nos 12
meses seguintes. No primeiro trimestre, a proporção de empresas
certas quanto à execução do plano de investimentos foi de 33,4%, superando a
parcela de 19,2% de empresas incertas. O saldo de 14,2 pontos percentuais
representa o melhor resultado desde o 4º trimestre de 2015.
Para a FGV, “o resultado geral da pesquisa reforça
o cenário mais favorável ao investimento que vinha se desenhando nos últimos
meses. Houve avanço da intenção de realização de investimentos e redução da
parcela de empresas incertas para o segundo menor valor da série. Ainda assim,
há que se considerar os riscos ainda elevados no ambiente político com
potencial para afetar de alguma forma o ambiente econômico levando a
reavaliações sobre dos programas de investimento”.
PIB de 2017
O volume de investimentos recuou 1,8% em 2017, para cerca de R$ 1 trilhão. Com isso a taxa de investimento, ou seja,
o percentual do valor investido sobre o PIB, ficou em 15,6% em 2017, a menor da
série histórica do IBGE. No ano anterior, o índice foi de 16,1%.
O resultado da taxa de investimento tem sido a
menor da série porque 52,2% do investimento na economia brasileira vem da
construção civil, que ainda não se recuperou da crise e continua a encolher. Apesar do redução do investimento no ano, houve
crescimento do investimento no quarto trimestre de 2017, após 14 quedas
consecutivas. A taxa de investimento foi de 15,7%, acima da taxa de 15,3%
observada no 4º trimestre de 2016.
Via:
G1
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