A
vacina contra o vírus da Zika, desenvolvida no Instituto Evandro Chagas (IEC),
em Belém, apresentou resultado positivo nos testes em camundongos e macacos,
segundo dados divulgados nesta sexta-feira (22) pela revista Nature Communications. A
aplicação de uma única dose da vacina preveniu a transmissão da doença nos
animais e, durante a gestação, o contágio de seus filhotes.
O
estudo desenvolvido pelo Instituto Evandro Chagas é um dos mais avançados para
a oferta de uma futura vacina contra a doença capaz de proteger mulheres e
crianças da microcefalia e outras alterações neurológicas causadas pelo vírus. Os testes pré-clínicos foram realizados
simultaneamente no Instituto Nacional de Saúde (NIH), Universidade do Texas e
Universidade Washington, dos Estados Unidos. Nos testes, a vacina impediu que o
vírus cause microcefalia e outras alterações do sistema nervoso central tanto nos
camundongos quanto nos macacos. Já os testes em humanos devem ser realizados a
partir de 2019.
Segundo
o IEC, do grupo controle que não tomou a vacina, as fêmeas de camundongos
tiveram aborto por conta da transmissão do vírus zika ou seus filhotes nasceram
com microcefalia e outras alterações neurológicas. A parceria para essa
pesquisa foi firmada em fevereiro de 2016 a partir de acordo internacional
visando o desenvolvimento de vacina contra o vírus zika. O Ministério da Saúde
vai destinar um total de R$ 7 milhões até 2021 para o desenvolvimento e
produção da vacina.
Esterilidade
Além
dos testes em fêmeas, foram realizados testes em camundongos machos. Um dos
achados científicos inéditos é que o vírus Zika pode ser capaz de causar
esterilidade. A infecção nos animais reduziu consideravelmente a quantidade de
espermatozoides, a mobilidade e o tamanho dos testículos. No entanto, não é possível
afirmar que esse efeito também se aplique aos seres humanos. “Há uma
preocupação de que esse achado evidencie que possa ocorrer um impacto similar
entre os seres humanos, contudo ainda não há nenhum estudo que demonstre isso”,
pontuou o diretor do Instituto Evandro Chagas (IEC), Pedro Vasconcelos.
Via: Globo. Com
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