Forças do governo iraquiano mataram
nesta terça-feira (14) o comandante do Estado Islâmico na Cidade Velha de
Mossul, à medida que a batalha para derrubar os militantes de seu último
bastião se concentrava em uma ponte sobre o rio Tigre. O progresso da unidade de elite do Ministério
do Interior, conhecida como Reação Rápida, fora prejudicado pela chuva na
segunda-feira, mas os combates intensos recomeçaram nesta terça-feira, tendo
como prêmio a Ponte de Ferro.
Enquanto as tropas avançavam, civis
deixavam bairros recapturados do oeste sujeitos ao frio, à umidade e à fome,
mas aliviados por estarem livres dos militantes. Atiradores do Estado Islâmico
atrasaram o avanço das tropas do governo sobre a Ponte de Ferro, que liga o
oeste e o leste de Mossul, mas as forças de elite ainda assim estavam avançando
aos poucos, de acordo com oficiais.
A polícia federal matou o comandante
militar da Cidade Velha, Abu Abdul Rahman al-Ansary, durante as operações para
retomar o distrito de Bab al-Tob, disse um policial federal. Com muitos líderes
do grupo jihadista já tendo recuado de Mossul, a morte de Ansary representa uma
grande perda para os militantes enquanto tentam defender um território cada vez
menor sob seu controle.
Capturar a Ponte de Ferro permitiria às forças iraquianas
dominar três das cinco pontes que cruzam o Tigre, todas elas danificadas pelos
militantes e pelos ataques aéreos liderados pelos Estados Unidos. As duas mais
próximas do sul já foram retomadas pelas forças iraquianas. Desde que iniciaram sua ofensiva em outubro, com apoio da
coalizão encabeçada pelos EUA, elas reconquistaram o leste de Mossul e cerca de
30 por cento do oeste dos extremistas, que estão em número menor, mas defendem
aguerridamente seu último bastião no Iraque.
Era possível ouvir o estrondo dos
bombardeios e dos tiros de metralhadora no centro de Mossul, e helicópteros
munidos de armas disparavam contra o solo na manhã desta terça-feira. Em meio ao combate, um fluxo contínuo de refugiados se
arrastava para fora dos bairros do oeste, carregando malas, garrafas de água e
outros pertences. Alguns incentivavam crianças e idosos doentes a seguir
adiante.
Até 600 mil civis estão retidos juntamente com os
militantes dentro de Mossul, que as forças do Iraque na prática isolaram do
restante do território ainda controlado pelo Estado Islâmico no Iraque e na
Síria. Mais de 200 mil moradores da cidade foram deslocados desde o início da
campanha, em outubro.
G1
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