Os números do Pisa se referem especificamente a estudantes
de 15 anos e a aulas de matemática. O relatório aponta que o uso dessas
tecnologias em classe atrapalha inclusive aqueles que não as estão utilizando:
cerca de 40% dos alunos brasileiros perdem a atenção quando os colegas estão
mexendo no celular.
Mais uma vez, a taxa é maior do que a dos países da OCDE,
que apresentam média de 25%. Os dados também mostram que quase um terço (30,4%)
dos nossos adolescentes nunca desliga as notificações de aplicativos e redes
sociais durante o período que estão em aula —a média das economias que compõem
a OCDE é de 25,2%.
No entanto, o próprio relatório afirma que a relação entre
o “uso moderado” de gadgets e aprendizagem não é “intrinsecamente prejudicial”,
pois alunos que gastam até uma hora por dia em dispositivos digitais realizando
atividades curriculares obtiveram 14 pontos a mais em matemática do que aqueles
que não dedicaram nenhum tempo.
Segundo o Pisa, mesmo observando o perfil socioeconômico dos discentes e das unidades de ensino, essa relação ainda é positiva em mais da metade dos países que participaram da avaliação. Ou seja, a questão está em como se utiliza esses dispositivos, na qualificação desse uso em prol de objetivos pedagógicos, em momentos específicos e com mediação e educação midiática.
A criação de diretrizes mais claras e objetivas sobre a
utilização dessas tecnologias no ambiente escolar, como demanda a OCDE, está
diretamente relacionada, portanto, à preparação das redes de ensino para isso,
o que não depende apenas de solucionar questões estruturais no acesso desigual
às tecnologias, mas de formar professores e demais educadores para isso.
Via: bahia.ba
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