Pelo menos cinco manifestantes
morreram, três deles menores de idade, e 239 ficaram feridos no curso dos
protestos na Venezuela após a revolta liderada pelo líder opositor Juan Guaidó,
segundo números divulgados nesta sexta-feira (3) em Genebra por uma porta-voz
do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos
(ACNUDH).
Os
manifestantes foram mortos a tiros por grupos pró-Governo durante os protestos
organizados nos dias 30 de abril e 1 de maio, elevando assim para 49 o número
de mortes neste ano, segundo os dados apresentados pela porta-voz do Escritório
do ACNUDH Ravina Shamdasani. Entre
as vítimas estão um adolescente de 15 anos morto no estado de Mérida, dois
jovens de 16 e 24 anos em Aragua e outros dois de 15 e 27 que faleceram após os
protestos organizados no dia 1 de maio na praça de Altamira, em Caracas.
“Seguimos
com grande preocupação a situação na Venezuela”, afirmou Shamdasani, lembrando
que as autoridades venezuelanas devem garantir “que não se faça uso excessivo
da força e que as operações sejam conduzidas por forças de segurança”, em vez
de grupos armados sem controle conhecidos como “coletivos”. A
fonte oficial também informou que pelo menos dez jornalistas ficaram feridos
quando cobriam os protestos de 1 de maio, cinco deles por arma de fogo.
No
entanto, Shamdasani não quis comentar a atual situação do líder opositor
Leopoldo López, atualmente abrigado na embaixada da Espanha e para quem foi
emitida uma ordem de detenção, depois de no dia 30 de abril ter sido libertado
por militares ao comando de Guaidó. O
porta-voz da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), Babar
Baloch, declarou hoje na mesma entrevista coletiva que López se encontra na
embaixada espanhola na condição de “convidado” e não como solicitante de asilo.
Shamdasani
mencionou o caso do parlamentar venezuelano Gilber Caro, em paradeiro
desconhecido desde 26 de abril, destacando que sua detenção violou sua
imunidade parlamentar e as leis internacionais contra os desaparecimentos
forçados.
“Preocupa-nos
especialmente sua situação, já que ele corre alto risco de ser torturado ou
sofrer maus-tratos”, explicou Shamdasani, lembrando que Caro se reuniu em março
com representantes do ACNUDH durante uma visita destes ao país para preparar
uma possível viagem da alta comissária Michelle Bachelet.
R7, com EFE
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