sábado, 24 de dezembro de 2022

ECONOMIA: Ceia natalina tem preço médio de R$ 471 e fica 15% mais cara em Natal

 A ceia do natalense está 15% mais cara neste ano. É o que mostra um levantamento do Procon Natal que pesquisou os preços de 62 itens natalinos entre frios, massas, proteínas, bebidas e doces tradicionais do período natalino. Neste ano, os consumidores têm de desembolsar em média R$ 471,05 para montar a ceia de Natal, enquanto que a mesma cesta de produtos custava R$ 397,94 em 2021, um incremento de R$ 73 ou 15,5%. O trabalho do Procon revelou também que a pesquisa segue sendo a principal dica para economizar. O preço do bacalhau, por exemplo, variou até 164% entre os estabelecimentos da capital.

O típico peru de Natal, um dos protagonistas da ceia, está mais salgado neste ano e é o item mais caro dentro da categoria das proteínas, custando R$ 31,65/kg. A ave de 5 kg pode chegar a custar R$ 158,25. A alternativa mais barata é a carne suína, que teve uma leve redução no preço em relação ao ano passado. O pernil de porco congelado está saindo a R$ 21,27/kg. O lombo suíno foi a que teve a menor redução de preços de um ano para o outro: caiu de R$ 25,78/kg em 2021 para R$ 18,52/kg, uma redução de 28,1%.

A pesquisa do Procon concluiu ainda que os atacarejos são os estabelecimentos com os melhores preços ante os supermercados. “Os consumidores podem usar o valor do preço médio encontrado e ter como referência para decidir se o local em que ele deseja realizar suas compras oferece preços acessíveis, uma vez que não é possível aos consumidores, frequentar todos os estabelecimentos. Outra dica é ficar atento aos preços praticados, uma vez que estes produtos têm seus preços conforme o porte do estabelecimento e a variedade desses produtos disponíveis aos consumidores nessa época do ano”, diz o órgão.

Procurando comprar aves para a ceia da família inteira, a aposentada Luzia Marques diz que pesquisou em atacadões e atacarejos da cidade antes de encontrar valores mais em conta num supermercado do Alecrim. “Eu rodei que só antes de comprar aqui, tem que pesquisar porque a família é grande. Moro aqui no Alecrim há mais de 30 anos, mas sou de Cerro Corá, vou comprar para a família toda, mandar para lá. Enquanto minha aposentadoria permitir eu vou fazer isso, tentar economizar para dar o melhor nesse fim de ano, fazer uma ceia, juntar toda a família e os amigos”, conta Luzia.

Moradora do bairro Praia do Meio diz que neste ano vai optar pela carne em substituição ao peru. “Vi os preços e estão mais altos realmente. Mas é isso, a gente tem que celebrar, reunir a família e pesquisar bastante para fazer uma boa ceia. Estou pensando ainda, mas acho que vou fazer uma carne, preparar uma farofa, já estou aqui pesquisando os preços, vendo o frango, a gente tem que pensar alternativas porque as coisas estão bem mais caras. Por exemplo, o pêssego que estava de R$ 7/kg no ano passado agora está custando R$ 20/kg”, comenta a servidora pública.

A alta dos produtos é reflexo do aceleramento inflacionário em 2022, diz o economista e professor universitário Thales Penha. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) 15, que funciona como prévia da inflação oficial, fechou 2022 com elevação de 5,9%, após subir 0,52% em dezembro. O indicador mostrou que o grupo Alimentação e bebidas, ficou no topo da lista dos maiores impactos de 2022 com 2,47 pontos percentuais.

No ano, a alta atingiu 11,96%. Os preços dos alimentos para consumo no domicílio avançaram 0,78% na passagem de novembro para dezembro, influenciados pelas altas da cebola (26,18%) e do tomate (19,73%). Nos últimos três meses do ano, as variações acumuladas desses dois produtos foram de 52,74% e 49,84%, respectivamente. Outras contribuições no mesmo grupo partiram das altas em dezembro dos preços do arroz (2,71%) e das carnes (0,92%).

Os movimentos ajudam a explicar a ceia de Natal mais cara para os potiguares, detalha Penha. “Isso impacta muito fortemente nas camadas mais pobres e como o nosso Estado, a nossa cidade, têm uma parcela grande de famílias com renda baixa, o impacto é significativo e maior do que no ano passado. O setor de carnes sofreu um grande impacto e isso ocasiona substituições. O consumo grande do brasileiro é de carne bovina, depois migrou para as aves, que também tiveram aumento por uma série de fatores. Portanto, o consumo suíno cresceu muito e deve ser uma alternativa mais barata neste Natal”, comenta.

O especialista diz ainda que apesar do efeito econômico negativo, a ceia deste ano deve melhor no aspecto social. “As famílias terão um fim de ano mais tranquilo em 2022 do ponto de vista da pandemia, temos um estágio mais tranquilo que vai permitir que as pessoas se congreguem mais, então isso é muito positivo”, destaca. É o que planeja o servidor público Genilson de Oliveira. “A gente viveu um período muito difícil e agora é uma hora de reunir todo mundo, celebrar em família. A gente trabalho duro o ano inteiro e agora é a hora de celebrar um pouco”, afirma.

O Procon Natal disponibiliza uma planilha com o preço de todos os itens pesquisados em 15 estabelecimentos comerciais para que o consumidor possa se programar na hora de encher o carrinho com as compras natalinas. Os preços podem ser acessados no site da instituição: natal.rn.gov.br/procon/pesquisa.

Número
R$ 397 era o preço médio da ceia natalina no ano passado, segundo o Procon.

Fonte: Tribuna do Norte
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