Em meio à escalada de tensão
entre as vizinhas Coreia do Norte e Coreia do Sul, Pyongyang afirmou nesta
segunda-feira 7 que responderá com ações militares “firmes e esmagadoras” à
série de manobras conjuntas realizadas por Seul em parceria com os EUA. O regime
liderado por Kim Jong-un disse em comunicado que os exercícios que duraram seis
dias e foram encerrados no sábado 5 foram uma provocação para aumentar
intencionalmente a tensão regional, além de uma manobra de guerra perigosa e de
natureza agressiva. Militares norte-coreanos afirmaram ainda ter realizado
atividades simulando ataques a bases aéreas, bem como a uma cidade da Coreia do
Sul para “esmagar a persistente histeria de guerra dos inimigos”.
O regime norte-coreano
divulgou fotos do exercício que não puderam ser checadas de maneira
independente. Analistas militares, porém, afirmam que as imagens podem ser de
manobras do início deste ano e dão pouco crédito à dimensão das manobras
detalhada por Pyongyang. Quinhentos caças, afinal, representariam quase todas
as aeronaves de combate da Coreia do Norte. Muitas delas, com equipamentos
antigos, não são mais mantidas ativas na frota, já que nem sequer podem passar
por reparos, afirmou Joseph Dempsey, pesquisador de defesa da Instituto
Internacional de Estudos Estratégicos, de Londres.
Na última quarta (2), Seul acusou o regime comunista de disparar 23 mísseis em um dia, no maior número de disparos de Pyongyang em 24 horas. Um deles caiu a cerca de 60 km da costa da cidade de Sokcho –no que, de acordo com o governo sul-coreano, foi o mais perto de seu território que um projétil do Norte já caiu. A situação muniu o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, de argumentos para defender o incremento das capacidades militares do país, limitadas por uma Constituição pacifista. No domingo 6, ele disse que é preciso fortalecer a capacidade natal e alertou para uma ameaça de “atores que desobedecem as regras”.
“Devemos estar preparados para uma era em que atores emergentes usam força ou ameaçadas para destruir a paz e a segurança de outras nações”, declarou, referindo-se à invasão russa da Ucrânia e, claro, à Coreia do Norte. “Vamos acelerar discussões sobre o que é necessário fazer para defender nosso povo.” “O reforço da capacidade naval japonesa não pode esperar”, seguiu, mencionando a construção de novos navios, o reforço das defesas antimísseis e a melhoria das condições de trabalho dos militares.
Via: FolhaPress
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