O presidente do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, negou na noite desta
quarta-feira, 23, o pedido do Partido Liberal (PL) para apuração de
irregularidades nas quase 300 mil urnas eletrônicas no segundo turno das
eleições presidenciais e condenou a coligação do presidente Jair Bolsonaro,
composta também pelo Progressistas (PP) e pelo Republicanos, ao pagamento de
multa de R$ 22.991.544,60 por “litigância de má-fé” – quando a Justiça é
provocada de maneira irresponsável. No despacho de seis páginas, o magistrado
também determinou o bloqueio imediato do fundo partidário da coligação até que
a multa seja quitada, a instauração de uma apuração sobre desvio de finalidade
e a inclusão de Valdemar Costa Neto, mandatário da legenda, e Carlos Rocha,
presidente do Instituto Voto Legal, no inquérito 4.874, que apura a existência
de milícias digitais que atentam contra o Estado Democrático de Direito. O PL
informou que acionou sua assessoria jurídica para analisar a decisão do TSE. “O
partido reitera que apenas seguiu o que prevê o artigo 51 da Lei Eleitoral que
obriga as legendas a realizar uma fiscalização do processo eleitoral”, diz a
nota.
“A
total má-fé da requerente em seu esdrúxulo e ilícito pedido, ostensivamente
atentatório ao Estado Democrático de Direito e realizado de maneira inconsequente
com a finalidade de incentivar movimentos criminosos e anti-democráticos que,
inclusive, com graves ameaças e violência vem obstruindo diversas rodovias e
vias públicas em todo o Brasil, ficou comprovada, tanto pela negativa em
aditar-se a petição inicial, quanto pela total ausência de quaisquer indícios
de irregularidades e a existência de uma narrativa totalmente fraudulenta dos
fatos”, escreveu o ministro. Em outro trecho da decisão, Moraes diz que
partidos políticos “são autônomos e instrumentos da Democracia, sendo
inconcebível e inconstitucional que sejam utilizados para satisfação de
interesses pessoais antidemocráticos e atentatórios ao Estado de Direito, à
Justiça Eleitoral e a soberana vontade popular de 156.454.011 eleitoras e
eleitores aptos a votar”.
A
decisão de Moraes ocorre após a apresentação de um relatório do PL em que a
sigla aponta supostas inconsistências em seis modelos de urnas eletrônicas com
fabricação anterior ao ano de 2020. Após a reivindicação, o ministro ordenou
que o Partido Liberal realizasse um apontamento, em até 24 horas, de falhas que
teriam ocorrido também no primeiro turno. Valdemar, em coletiva realizada nesta
tarde, afirmou que seus técnicos não captaram as supostas inconsistências no
dia 2 de outubro, data da primeira votação. “Ora, as mesmas urnas eletrônicas,
de todos os modelos em uso, foram empregadas por igual tanto no Primeiro Turno
como no Segundo Turno das Eleições 2022, sendo impossível dissociar ambos dos
períodos de um mesmo pleito eleitoral”, apontou o presidente do TSE em sua mais
recente decisão. O magistrado escreve, ainda, que os argumentos apresentados
pelo PL para questionar a rastreabilidade das urnas utilizadas no pleito “são
absolutamente falsos”.
Via: Jovem
Pan
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