Pesquisadoras
dos Estados Unidos identificaram pela
primeira vez um novo subtipo do vírus do HIV-1, causador da Aids. O
"subtipo L" foi apresentado nesta quarta-feira (6) em estudo
publicado na revista "Journal of Acquired Immune Deficiency
Syndromes".
A
mutação identificada pelas cientistas ocorreu na versão mais comum da doença,
os vírus HIV do Grupo M, encontrado em todo o mundo. Segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS), 37,9 milhões
de pessoas vivem com o vírus HIV.
Cientista testa terapia gênica para impedir
replicação do HIV em pacientes na França.
·Vacina contra o HIV será testada em humanos pela
primeira vez no Brasil.
A
descoberta foi feita a partir do sequenciamento genético de três pacientes, com
amostras coletadas desde os anos 80. As cientistas defenderam que este avanço
poderá facilitar a identificação de possíveis pandemias e até mesmo antecipar
as ações de combate às infecções.
"Em
um mundo tão conectado, nós não podemos mais pensar que os vírus fiquem
restritos a certas regiões", disse em nota Carole McArthur, uma das
autoras do estudo. A professora da Universidade do Missouri, EUA, sustentou que
a descoberta prepara os cientistas para enfrentar possíveis mutações do vírus e
tem potencial para pôr fim à pandemia do HIV.
Diferentes grupos
O novo "subtipo L", que
foi identificado pelas cientistas, é uma das variações do grupo majoritário do
vírus HIV. O vetor da infecção responsável pela Aids é dividido em quatro
grupos, com seus subtipos. Veja abaixo quais os grupos identificados deste
vírus.
Grupo M: Majoritário, vírus deste grupo são responsáveis
pela maioria das infecções por HIV do mundo. Ao todo, acolhe 13 subtipos, entre
eles o L.
Grupo N: É o grupo menos comum. Vírus deste tipo foram
encontrados apenas em pacientes de Camarões.
Grupo P: Vírus deste grupo já foram encontrados em
Camarões e na França. Cientistas dizem que há potencial de se espalhar
globalmente.
Grupo O: Encontrado inicialmente no oeste e centro do
continente africano, já se espalhou globalmente.
Um novo tipo
A pesquisadora Mary Rodgers, quem também assinou o
estudo, alertou para os riscos relacionados à migração do vírus por conta do
deslocamento humano. Para esta pesquisadora da farmacêutica Abbot, a descoberta
vai facilitar o desenvolvimento outras pesquisas voltadas ao diagnóstico e
tratamento da Aids.
De
acordo com as cientistas, o vírus do HIV não é um "agente infeccioso
estático" , isso quer dizer que ele sofre mutações e está "em
constante evolução". A investigação avaliou amostras retiradas de três
pacientes da República Democrática do Congo (RDC) durante três décadas.
A
publicação esclareceu que para a identificação de um novo subtipo, o
procedimento padrão é encontrar a reincidência em ao menos três casos. As
amostras consideradas pela pesquisa foram coletadas nos anos 1980, 1990 e em
2001.
"Identificar
novos vírus como este aqui é como buscar uma agulha em um palheiro", disse
Rodgers. "Com o avanço da tecnologia, a partir do sequenciamento mais
moderno, é como se buscássemos esta agulha com um imã. Essa descoberta vai
ajudar a interromper novas pandemias."
Via:
G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário