
"O vento da guerra ainda sopra e nos chegam
notícias inquietantes sobre o risco de uma possível catástrofe humanitária na
Síria, que levamos em nosso coração, na província de Idlib", declarou o
papa diante de milhares de fiéis na Praça de São Pedro. Há vários semanas o governo sírio acumula forças
militares nas fronteiras da província de Idlib, último grande reduto insurgente
do noroeste da Síria, perto da fronteira com a Turquia.
O confronto entre insurgentes e o governo na
regiãode Idlib pode ser a última batalha de envergadura na guerra que assola a
Síria desde 2011 e que já deixou mais de 350 mil mortos e milhões de deslocados
e refugiados. A ONU alertou para a possibilidade de uma catástrofe humanitária. Nos últimos dias, o regime sírio e sua principal aliada,
a Rússia, elevaram o tom a respeito de Idlib, que é dominada pela organização
extremista Hayat Tahrir al Sham (HTS), criada pelo ex-braço sírio da Al-Qaeda.
Na
quarta (29), o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, deu a
entender que a ofensiva é iminente. Na quinta (30), o Ministério
russo da Defesa anunciou que mais de 25 navios e cerca de 30 aviões vão
participar de exercícios
militares no Mediterrâneo de
1º a 8 de setembro.
Para evitar o confronto, a
Rússia reivindica uma dissolução do HTS. Recentemente, o grupo rejeitou a
possibilidade de uma dissolução, de acordo com declarações divulgadas por sua
agência de propaganda, a Ibaa, mas deixou a porta aberta para uma solução
negociada.
A possibilidade de confronto
também preocupa a Turquia, que tenta evitar uma ofensiva do regime de Assad.
Embora os turcos apoiem diretamente vários grupos rebeldes no norte do
território sírio, sua influência nos extremistas do HTS é limitada.
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