Em um sinal de aprofundamento da
inflação na Venezuela, tomada por uma enorme crise, a oferta de dinheiro no
país saltou 10% em apenas uma semana neste mês, a maior alta semanal em 25
anos. A Venezuela tem enfrentado uma forte crise econômica, com
milhões sofrendo devido à falta de alimentos, salários mensais que valem apenas
alguns dólares norte-americanos e uma inflação em disparada, embora não estejam
disponíveis dados oficiais.
O banco central do país disse na noite de sexta-feira
(28) que o montante total de moeda local em circulação, conhecido como M2 entre
os economistas, somou 27,3 trilhões de bolívares até 21 de julho, alta de 9,66%
ante a semana anterior. Em outubro de 1992, foi registrada uma alta de 10,84%
em uma semana.
O exponencial crescimento do M2, que
representa a soma de dinheiro em circulação, além de poupanças e outros
depósitos, significa uma alta exponencial também no total de moeda corrente no
país. A oferta de dinheiro da Venezuela teve alta de 384% no
ano passado. Em comparação, os EUA tiveram alta de 5,5% no mesmo período. Uma
queda na produção de bens e serviços da Venezuela acelerou a inflação.
Embora o M2 seja visto como um obscuro
indicador técnico, o dado é rotineiramente publicado por jornais na Venezuela,
que já teve sua economia fortemente dependente do petróleo perseguida pela
inflação no passado. Os venezuelanos são forçados a carregar grandes pacotes de
dinheiro para fazer compras básicas-- isso quando eles conseguem comprar algo,
dadas as disparadas semanais nos preços de diversos bens.
Nesta semana a Venezuela registrou também uma alta na
taxa de câmbio do mercado negro, para 10 mil bolívares por dólar. Quando o
presidente Nicolás Maduro chegou ao poder, em abril de 2013, a taxa era de 24
bolívares por dólar. O presidente Maduro tem dito que
enfrenta uma "guerra econômica" liderada pela oposição e por
Washington. O último ano em que houve publicação de dado oficial da inflação na
Venezuela pelo banco central foi 2015, quando os preços ao consumidor subiram
181%.
Via: G1
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