“Tudo está em seu lugar,
graças a Deus, graças a Deus!”, cantarolou Carlos Marun (PMDB-MS)
performando uma dancinha para comemorar o fato de a Câmara barrar uma segunda
apuração criminal contra o presidente Michel Temer. Apenas algumas semanas
depois, Marun, que foi da tropa de choque de Eduardo Cunha e é ligado a um
ex-governador investigado pela Polícia Federal, deve chegar ao deve
chegar ao topo de sua carreira política.
Aos 57 anos, ele deve ser anunciado nesta
quarta-feira como o novo ministro da Secretaria de Governo por conta de
minirreforma ministerial que Temer promoverá até meados de dezembro e deve
mexer em 4 de seus 28 ministérios. Indicado pela bancada do PMDB para a pasta
responsável pela articulação com o Congresso Nacional, Marun deverá substituir
Antônio Imbassahy (PSDB-BA) que pode migrar para o ministério da Transparência
(a antiga CGU) ou para o dos Direitos Humanos.
Outro nome que está certo na Esplanada dos Ministérios
é o do deputado Alexandre Baldy (PP-GO). Ele irá para o ministério das Cidades,
em substituição ao demissionário Bruno Araújo (PSDB-PE), e deve ser nesta
semana. Nesta terça-feira, o Palácio
do Planalto fez circular o nome de Marun. O intuito era sentir como ele seria
recebido na classe política e, até o início da noite, a recepção havia sido
positiva.
Ainda assim, outros dois nomes de deputados
federais corriam por fora: Saraiva
Felipe (PMDB-MG) e Hugo Motta (PMDB-PB). A favor do deputado de Mato Grosso do
Sul pesou o fato de ele estar de acordo em permanecer no Governo até o fim de
dezembro de 2018 e, dessa maneira, abdicar de disputar a eleição do próximo
ano. Temer já avisou que não quer nomear ministros
para ficarem apenas quatro meses no cargo. Em abril, a seis meses da votação,
todos os candidatos que tiverem cargos no Executivo terão de renunciar às
funções, conforme prevê a lei eleitoral.
Segundo assessores do Planalto, Marun é o nome favorito
principalmente por quatro razões: foi identificado como um fiel aliado ao
defender a reforma da Previdência (ele presidiu a comissão especial que
discutiu o assunto na Câmara); esteve na linha de frente do grupo a favor do
impeachment de Dilma Rousseff; é governista ao relatar a CPMI do BNDES (que pretende
atacar as ações da Procuradoria-Geral da República); e até ao se transformar no
“cão de guarda” o ex-deputado e hoje presidiário da Lava Jato Eduardo Cunha. “Ele é determinado no que faz. Quando tem de
defender algo, o faz com unhas e dentes. Isso é positivo para esse momento do
Governo, sem dúvida”, afirmou um dos assessores de Temer.
Via: El País
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