O papa Francisco reconheceu
ter se equivocado ao dizer que “todo feminismo termina sendo um machismo de
saia” e que a “frase certa” que deveria ter dito é “todo feminismo pode correr
o risco de se transformar em um machismo de saia”.
Em
entrevista ao programa “Salvados”, exibido na noite de domingo, 31, no canal da
TV espanhola “La Sexta, o pontíficie justificou o ato. “Foi uma frase em um
momento de muita intensidade, quando estava ouvindo o testemunho de uma mulher
que estava na linha que eu queria e falei do feminismo com um pouco mais
crítica”, disse. No
dia 22 de fevereiro a especialista em Direito Canônico, Linda Ghisoni,
subsecretária do Dicastério para Leigos, Família e Vida, falou na cúpula sobre
pedofilia. Ela foi a primeira mulher a discursar nesta reunião de autoridades
da Igreja realizada no Vaticano. Na ocasião, ele disse que convidar uma mulher
para falar “não é entrar no modo de um feminismo eclesiástico. Porque, no
final, todo feminismo acaba sendo um machismo de saia”.
Perguntado
sobre o assunto pelo jornalista Jordi Évole, o pontífice reconheceu que a
mulher não está bem representada na Igreja, mas destacou que não basta só dar
funções para promover a sua figura. “O
que não alcançamos ainda é percebermos que a figura da mulher vai além da
funcionalidade: a Igreja não pode ser Igreja sem a mulher porque a Igreja é
mulher, é feminina, é ‘a Igreja’, não ‘o Igreja’”, enfatizou.
No
entanto, “como você explica isso? É preciso se colocar e começar a se
movimentar e isso custa mais”, lamentou. Para
o papa, as pessoas estão “a serviço”, “mas parece que as mulheres, além do
serviço, estão destinadas à servidão, e isso não é bom, é triste”. Perguntado
sobre a prostituição, Francisco respondeu que ele respeita “todas as pessoas”
porque “cada um é o senhor das suas decisões”.
Já
sobre o aborto ele disse que, embora “entenda” o “desespero” de uma pessoa que
ficou grávida em um estupro, considera que “não é lícito eliminar uma vida
humana para resolver um problema” nem “contratar alguém” para fazer isso.
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