índice do Banco Central
divulgado nesta quarta-feira (16), joga mais água fria nas previsões para o desempenho da economia este ano.
E reforça a expectativa de
que o comitê de política monetária do Banco Central (Copom), na reunião da
tarde desta quarta-feira, fará mais um corte na taxa básica de juros, que
cairia para 6,25% ao ano, o nível historicamente mais baixo já registrado. O problema é que essa redução da taxa de juros deverá ter
pouco impacto no estímulo à atividade econômica. Isso porque, enquanto a taxa
básica de juros cai, a taxa de médio e longo prazo no mercado financeiro
aumenta.
A taxa básica, a Selic, cai porque a inflação está muito
abaixo da meta e a economia muito aquém do desejável. Mas o esfriamento da
atividade econômica talvez já reflita mais as incertezas em relação ao futuro
do que às condições presentes. O fato é que a economia não ganhou tração suficiente para
atravessar em melhores condições as incertezas de um processo eleitoral que já
estava no calendário político. O país saiu da recessão, mas o desemprego
continua muito elevado.
O juro cobrado pelos bancos nas operações de empréstimo
para as famílias diminuiu, mas continua elevado. O endividamento também caiu. A inflação, persistentemente baixa, ajuda a recompor o
poder real de compra do salário. Ou pelo menos estanca as perdas do período
recessivo.
Tudo isso somado poderia levar a uma maior disposição
para o consumo das famílias. Não é o que está acontecendo. As vendas no varejo
estão crescendo, mas sem muita força, de acordo com dados de março divulgados
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A estas alturas, parece não ser apenas o empresário que
olha para o futuro para tomar decisões de investimento no presente. O dia-a-dia
de tensões presente induz o consumidor a atitudes mais cautelosas.
Um indicativo importante é o comportamento da poupança.
Com saldo negativo acumulado de cerca de R$100 bilhões no período recessivo de
2015/2016, a poupança passou a registrar mais depósitos do que saques no final
do ano passado. E acumula saldo positivo de mais de R$10 bilhões de março até a
primeira semana de maio. É o receio de gastar hoje e faltar amanhã.
Via G1
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