Neste
segundo Domingo do Advento, dia 9, o Papa Francisco rezou ao meio-dia a oração
mariana do Angelus com os fiéis e peregrinos de todas as partes do mundo
reunidos na grande Praça São Pedro, embelezada pelos símbolos do Natal: o
presépio e a árvore. Depois de recordar que no último domingo a
liturgia nos convidava a viver o tempo do Advento e da espera do Senhor com a
atitude de vigilância, este segundo domingo, disse o Papa, nos vem indicado
como dar substância a essa espera: empreendendo um caminho de conversão.
Como guia para este caminho, – continuou
Francisco – o Evangelho nos apresenta a figura de João Batista, que “percorreu
toda a região do Jordão, pregando um batismo de conversão para o perdão dos
pecados”. Para descrever a missão do Batista, o evangelista Lucas recolhe a
antiga profecia de Isaías: “Esta é a voz daquele que grita no deserto: preparai
o caminho do Senhor, endireitai suas veredas. Todo vale será aterrado, toda
montanha e colina serão rebaixadas”.
“Para preparar o caminho para o Senhor que
vem, é necessário levar em conta as exigências da conversão a que o Batista nos
convida. Antes de mais nada, somos chamados a recuperar os buracos produzidos
pela frieza e pela indiferença, abrindo-nos aos outros com os mesmos
sentimentos de Jesus, isto é, com a cordialidade e a atenção fraternas que se
responsabiliza pelas necessidades do nosso próximo, isto é recuperar os buracos
produzidos pela frieza. E não se pode ter uma relação de amor, de caridade, de
fraternidade com o próximo se há buracos, como não se pode caminhar por um
estrada com muitos buracos. E tudo isso fazer com um cuidado especial para com
os mais necessitados”
Então, – prosseguiu Francisco – precisamos
reduzir tantas severidades causadas pelo orgulho e pela soberba, fazendo gestos
concretos de reconciliação com os nossos irmãos, pedindo perdão pelas nossas
faltas. Não é fácil reconciliar-se, acrescentou o Papa. Sem se pensa, quem irá
dar o primeiro passo? O Senhor nos ajuda nisto se temos boa vontade.
“A conversão, na verdade, é completa se leva
a reconhecer humildemente os nossos erros, as nossas infidelidades e omissões”.
O fiel, sublinhou o Papa na sua alocução antes de rezar o Angelus -, é aquele
que, estando próximo de seu irmão, como João Batista abre estradas no deserto,
ou seja, indica perspectivas de esperança mesmo naqueles contextos existenciais
impenetráveis, marcados pelo fracasso e pela derrota.
“Não
podemos nos render a situações negativas de fechamento e rejeição; não devemos
nos deixar sujeitar à mentalidade do mundo, porque o centro da nossa vida é
Jesus e a sua palavra de luz, de amor, de consolação”.O Batista convidava as pessoas de seu tempo à
conversão com força, vigor e severidade. No entanto, ele sabia ouvir, sabia
como realizar gestos de ternura e de perdão para com as multidões de homens e
mulheres que iam até ele para confessar seus pecados e serem batizados com o
batismo de penitência.
Seu testemunho de vida, – acrescentou o Papa
– a pureza de seu anúncio, a sua coragem em proclamar a verdade conseguiram despertar
as expectativas e esperanças do Messias que há muito tempo estavam adormecidas.
Ainda hoje, os discípulos de Jesus são chamados a ser suas humildes mas
corajosas testemunhas para reacender a esperança, para fazer entender que,
apesar de tudo, o reino de Deus continua a ser construído dia a dia com o poder
do Espírito Santo.
Pensemos, cada um de nós – disse Francisco –,
“como eu posso mudar algo no meu comportamento para preparar o caminho do
Senhor? Que a Virgem Maria – concluiu o Santo Padre -, nos ajude a preparar dia
após dia o caminho do Senhor, começando por nós mesmos; e a espalhar em torno a
nós, com tenaz paciência, sementes de paz, de justiça e de fraternidade.
Canção Nova
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