O
Papa Francisco inaugurou na manhã deste sábado, 21, na Sala Clementina, o Ano
judiciário do Tribunal Apostólico da Rota Romana. Em seu discurso, o Pontífice
falou da relação entre fé e matrimônio no contexto atual, que ele define
carente de valores religiosos e que, portanto, condiciona também o consenso
matrimonial.
Quem
hoje requer o matrimônio cristão – constatou Francisco – tem diversas
experiências de fé: há quem participa ativamente da vida paroquial, quem se
aproxima pela primeira vez; outros têm uma intensa vida de oração; outros, ao
invés, são guiados por um sentimento religioso genérico; às vezes, são pessoas
completamente distantes da fé.
Diante
desta situação, o Pontífice pede que a Igreja encontre “remédios válidos”
contra o multiplicar-se de celebrações matrimoniais nulas ou inconsistentes.
Francisco propõe dois remédios: o primeiro deles é a “formação dos jovens”
mediante um caminho adequado de preparação para redescobrir o matrimônio e a
família. Um caminho que deve envolver o pároco e toda a comunidade, pois é uma
“ocasião extraordinária” de missão e evangelização. É neste momento da vida,
afirma o Papa, que os esposos estão disponíveis a rever e a mudar a orientação
existencial.
Para
isso, afirma, são necessárias pessoas com competência específica e preparadas
de modo adequado para este serviço. “Neste espírito, reitero a necessidade de
um ‘novo catecumenato’ em preparação ao matrimônio”. Para Francisco, este pode
ser um “antídoto” contra a falência dos casamentos.
O
segundo “remédio” indicado pelo Papa é ajudar os recém-casados a prosseguirem o
caminho na fé e na Igreja inclusive depois da celebração do matrimônio. “É
necessário identificar, com coragem e criatividade, um projeto de formação para
os esposos, com iniciativas voltadas a uma crescente consciência do sacramento
recebido. Trata-se de encorajá-los a considerar os vários aspectos de sua vida
de casal, que é sinal e instrumento do amor de Deus”, apontou o Papa.
Mais
uma vez, a comunidade paroquial é chamada para amparar o casal depois do
nascimento dos filhos e na obra educativa, para que não se sintam isolados.
“Esses dois remédios que indiquei são finalizados a favorecer um contexto de fé
idôneo no qual celebrar e viver o matrimônio”, não obstante as insídias
destruidoras da cultura dominante do efêmero e do provisório.
“Como
disse várias vezes” – concluiu o Papa –, “é preciso coragem para se casar no
tempo em que vivemos. E os que têm a força e a alegria de realizar este passo
importante devem sentir a seu lado o afeto e a proximidade concreta da Igreja.
Com este auspício, renovo os votos de bom trabalho para o novo ano que o Senhor
nos doa”. cancaonova.com
Por: Canção Novo
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