As Forças Armadas de Israel
bombardearam a Cidade de Gaza nesta quarta-feira (13), em meio aos preparativos
do governo israelense para a tomada da região, com mais de 123 pessoas mortas
desde ontem, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza, enquanto o
grupo militante Hamas mantêm novas conversações com mediadores egípcios. As
informações são do portal InfoMoney e da agência britânica Reuters.
Segundo matéria do InfoMoney,
o número de mortos nas últimas 24 horas foi o pior registrado em uma semana
desde o início do conflito, em outubro de 2023, e soma-se ao grande número de
vítimas fatais da guerra que destruiu o enclave palestino onde vivem mais de 2
milhões de pessoas.
Relatos de moradores da região
apontam que aviões e tanques israelenses têm bombardeado fortemente as áreas do
leste da Cidade de Gaza, com muitas residências destruídas nos bairros de
Zeitoun e Shejaia durante a madrugada desta quarta. O hospital Al-Ahli disse
que 12 pessoas foram mortas em um ataque aéreo a uma casa em Zeitoun.
Os tanques também destruíram
várias casas no leste de Khan Younis, no sul de Gaza, enquanto no centro os
tiros israelenses mataram nove pessoas que buscavam ajuda em dois incidentes
separados, disseram médicos palestinos. Até o momento, as Forças Armadas
israelenses não se pronunciaram sobre os ataques.
‘Nakba’
O primeiro-ministro
israelense, Benjamin Netanyahu, tem reiterado a ideia defendida pelo presidente
dos Estados Unidos, Donald Trump, de que os palestinos deveriam simplesmente ir
embora da região.
“Eles não estão sendo
expulsos, terão permissão para sair”, disse ele ao canal de televisão
israelense i24NEWS. “Todos aqueles que se preocupam com os palestinos e dizem
que querem ajudar os palestinos deveriam abrir seus portões e parar de nos dar
sermões.”
A proposta repercutiu com
ampla negatividade entre as lideranças globais, e principalmente no cenário da
política árabe, com muitos expressando sua reprovação à ideia de deslocar a
população de Gaza, o que, segundo os palestinos, seria como outra “Nakba”
(catástrofe), quando centenas de milhares fugiram ou foram forçados a sair
durante a guerra de 1948.
A tomada da Cidade de Gaza,
principal concentração urbana do território, está provavelmente a semanas de
distância, de acordo com autoridades israelenses. Isso significa que um
cessar-fogo ainda é possível, embora as negociações sigam em ritmo lento e sem
sinal de diminuição nos conflitos.
Fome
Enquanto o conflito se
intensifica na região, mais oito pessoas, incluindo três crianças morreram de
fome e desnutrição em Gaza nas últimas 24 horas, é o que informa o Ministério
da Saúde do território. Esses dados elevam o total de mortos por inanição para
235, incluindo 106 crianças, desde o início da guerra,
A crise alimentar em Gaza
intensificou as críticas de lideranças internacionais a forma com o governo de
Netanyahu tem conduzido o conflito na região, com nações importantes como Reino
Unido, França e Austrália saindo em defesa do fim da guerra e anunciando que
reconhecerão o Estado da Palestina na próxima Assembleia Geral das Nações
Unidas (ONU), que ocorre em setembro.
Israel, por sua vez, contesta
os números de desnutrição e fome fornecidos pelo órgão de saúde pública de
Gaza.
Via: Bahia
BA


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