A Justiça de Bangladesh
condenou nesta segunda-feira, 17, a ex-primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh
Hasina, de 78 anos, à morte por crimes contra a humanidade relacionados ao
levante popular do ano passado, que matou centenas de pessoas e pôs fim aos seus
15 anos de governo. “Todos os elementos (…) constitutivos de um crime contra a
humanidade estão reunidos”, declarou o juiz do tribunal de Dacca, Golam Mortuza
Mozumder. “Decidimos impor uma única pena, a pena de morte”, acrescentou.
O tribunal também condenou o
ex-ministro do Interior, Asaduzzaman Khan, à morte no caso, enquanto um
terceiro suspeito – um ex-chefe de polícia – foi condenado a cinco anos de
prisão por ter se tornado testemunha do Estado contra Sheikh e se declarado culpado.
A deliberação do tribunal na
capital, Daca, foi transmitida ao vivo. O governo interino reforçou a segurança
antes do veredicto, com guardas de fronteira paramilitares e policiais
destacados em Daca e em muitas outras partes do país.
O partido Awami League da
ex-primeira-ministra de Bangladesh convocou uma paralisação nacional em
protesto contra o veredicto Sheikh e Khan, que estavam exilados na Índia, foram
julgados à revelia. Tanto ela quanto seu partido chamaram o tribunal de “tribunal
de fachada” e denunciaram a nomeação de um advogado pelo Estado para
representá-la.
Antes da decisão do tribunal
na segunda-feira, o antigo partido governante convocou novamente a paralisação,
com Sheikh, numa mensagem de áudio, a instar os seus apoiadores a não ficarem
“nervosos com o veredicto.
O veredicto foi proferido após
relatos da mídia local sobre novas explosões de bombas caseiras em Daca,
incluindo uma em frente à casa de um assessor, equivalente a um ministro de
Estado, no domingo.
Entretanto, o chefe de polícia
de Daca, Sheikh Mohammad Sazzat Ali, emitiu uma ordem de “atirar para matar”
caso alguém tente incendiar veículos ou lançar bombas caseiras. A diretiva
surge após quase 50 ataques incendiários, a maioria contra veículos, e dezenas
de explosões de bombas caseiras terem sido relatadas em todo o país na última
semana. Duas pessoas morreram nos ataques incendiários, segundo a imprensa
local.
Via:
Estadão


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