O furacão Dorian chegou às
Bahamas neste domingo como a segunda maior tempestade já registrada no Oceano
Atlântico.
Com
ventos “devastadores” de 297 km/h, o centro do furacão tocou às Ilhas
Abaco, no noroeste país por volta das 15h, horário de Brasília. A tempestade de
categoria 5 — a mais alta, segundo o Centro Nacional de Furacões dos Estados
Unidos — tem potencial “catastrófico” e se move lentamente, com velocidade de
cerca de 11 km/h. O furacão deverá chegar aos EUA, possivelmente nas
proximidades da costa da Flórida, na noite de segunda-feira ou no início de
terça.
Segundo
as previsões meteorológicas, são esperadas ondas de cinco a sete metros,
suficientemente fortes para alagar diversos pontos das Bahamas, e até 760 mm de
chuva.
Moradores
de Abaco postaram vídeos em suas redes sociais mostrando enchentes que chegam
na metade da parede das casas da região e telhados destruído. Alarmes de carro
dispararam pela ilha, tomada por pedaços de metal e de madeira. A devastação
deverá se estender por horas, já que o furacão pode desacelerar para apenas 1,6
km/h, “prolongando seus efeitos catastróficos”, segundo o Centro Nacional de
Furacões dos EUA.
Acostumadas
com tempestades tropicais, as Bahamas se orgulham de resistir a ventos fortes,
mas o Dorian apresenta riscos maiores, sendo o primeiro furacão de categoria 5
a atingir o país desde 1932 — e o mais forte já registrado a atingir o noroeste
das Bahamas.
No
sábado, o primeiro-ministro do país Hubert Minnis disse no sábado que 73 mil
pessoas e 21 mil residências seriam afetadas pelo furacão. Segundo Louby
Georges, diretor de relações internacionais da Human Rights Bahamas, os abrigos
na ilha Great Abaco, na rota do furacão, estavam lotados e diversos habitantes
mais pobres buscaram amparo em igrejas que não estavam na lista oficial de
abrigos cadastrados para receber comida e água.
—
Isso vai nos fazer passar por um teste que nunca enfrentamos antes — disse
Minnis, em um pronunciamento televisionado neste domingo. — Este é,
provavelmente, o pior e o mais triste dia da minha vida para falar ao povo das
Bahamas.
Com
seus ventos de 297 km/h, o Dorian empata com o Gilbert (1988), o Wilma (2005) e
o furacão do Labor Day de 1935 como a segundo furacão mais forte a se formar no
Oceano Atlântico, baseando-se na velocidade dos ventos. O recorde pertence ao
Allen (1980), com ventos de aproximadamente 305 km/h A
caminho dos EUA.
Ao
menos sete distritos da Flórida deram ordens de evacuação obrigatória para
alguns moradores, incluindo aqueles que vivem em trailers, ilhas e áreas
rebaixadas. Palm Beach, o terceiro distrito mais populoso do estado e lar do
resort Mar-a-Lago, que pertence ao presidente Donald Trump, está entre aqueles
que emitiram ordens de evacuação.
Neste
domingo, Trump disse que a tempestade provavelmente atingirá a região costeira
que vai da Flórida a Carolina do Norte. Em antecipação ao furacão, o governador
da Carolina do Sul, Henry McMaster, declarou estado de emergência.
—
Isso parece monstruoso — disse Trump, ao receber um briefing da Agência Federal
de Gerenciamento de Emergências (Fema). — Parece que ela pode ser maior do que
todas as outras.
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