O ex-ministro de Relações
Exteriores e ex-prefeito de Londres Boris Johnson foi escolhido por mais de 92
mil membros do Partido Conservador para ser o próximo primeiro-ministro do
Reino Unido. Ele recebeu quase o dobro de
votos do rival Jeremy Hunt. Os dois disputaram o posto durante sete semanas de
campanha. Em seu primeiro discurso como líder, prometeu concluir o Brexit até o
prazo de 31 de outubro, a data limite para a saída do Reino Unido da União
Europeia.
Segundo Johnson, o Partido
Conservador precisará ter “a habilidade histórica para balancear instintos
conflitantes –casar o desejo de manter uma relação de proximidade com a União
Europeia com o desenho de autodeterminação democrática neste país”. Ele disse
ainda que vai unir o Reino Unido, derrotar os rivais do Partido Trabalhista e
energizar a população.
Boris Johnson era o favorito
para se tornar líder do Partido Conservador e, consequentemente,
primeiro-ministro, desde que Theresa May anunciou que deixaria o cargo, em 24
de maio. Ele já tinha tentado disputar os mesmos postos em 2016, mas, após
perder apoio, retirou sua candidatura.May cedeu à pressão após meses
de pedidos para que renunciasse devido ao fracasso nas negociações de seu
projeto de Brexit – aprovado pela União Europeia – com o Parlamento britânico.
O plano foi votado por três vezes e rejeitado em todas, mesmo com alterações e
concessões.
Já desgastada, ela tinha
prometido que renunciaria caso não conseguisse a aprovação antes da última
votação, mas ainda assim permaneceu por mais dois meses no cargo e conseguiu
arrancar da União Europeia mais uma prorrogação no prazo para a saída do Reino
Unido do bloco – desta vez para 31 de outubro.
Johnson, que foi um dos chefes
da campanha a favor do Brexit antes do referendo de 2016, chegou a votar a
favor do projeto de May em março, mas depois se voltou contra o plano da então
premiê. O novo primeiro-ministro
garante que a data de 31 de outubro será mantida, ainda que para isso seja
necessário um Brexit “no deal” (sem acordo). No entanto, ele afirma que
pretende conseguir uma nova negociação com a União Europeia – mesmo com o bloco
já tendo dito diversas vezes que descarta retomar os diálogos com o Reino
Unido.
Eleições
Para chegar à liderança do Partido Conservador – cargo que estava vago desde 7 de junho, quando May se retirou – e ao posto de primeiro-ministro, Boris Johnson enfrentou nove concorrentes: Jeremy Hunt, Michael Gove, Dominic Raab, Sajid Javid, Matt Hancock, Rory Stewart, Andrea Ledsom, Mark Harper e Esther McVey.
Em uma primeira rodada de votações, os três últimos foram eliminados por não obterem os votos de 16 deputados (5%) de seu partido. Na rodada seguinte, saíram os que não conseguiram 10% e a lista foi sendo reduzida até que sobraram apenas Johnson e Hunt, atual ministro das Relações Exteriores.
A votação então foi transferida para os cerca de 124 mil membros registrados do partido, que enviaram seus votos pelos Correios durante três semanas. Efetivamente, 87% dos habilitados a votar o fizeram. É uma porcentagem alta, maior que a de outras escolhas de líder do Partido Conservador de 2001 e 2005.
Johnson obteve 66% dos votos, e Hunt, 34%.
G1
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