A
Secretaria da Educação do Estado de São Paulo anunciou a revisão dos
procedimentos de segurança nas 5,3 mil escolas da rede estadual e a elaboração
de um projeto para reforçar a proteção dos colégios mais vulneráveis. As
aulas em todas escolas públicas estaduais e municipais de Suzano estão
suspensas até amanhã (15), data na qual os professores da rede discutirão as
propostas pedagógicas para acolhimento, na próxima semana, dos alunos e da
comunidade escolar.
“Estamos
revisando os nossos procedimentos e vamos ouvir nossos especialistas para saber
o que podemos fazer do ponto de vista da segurança. Não podemos ficar só nesse
debate, mas a secretaria vai trabalhar muito para essa revisão. Da mesma forma
vamos focar muito nosso trabalho em formar nossos profissionais e para termos
condições para apoiar o professor, toda equipe e a família”, disse o secretário
estadual de Educação, Rossieli Soares, que esteve hoje (14) em Suzano.
A secretaria informou que a Escola Estadual Professor
Raul Brasil será reaberta na próxima segunda-feira (18) apenas para professores
e funcionários e que não haverá aulas durante toda a semana. Entretanto,
a partir de terça-feira estará aberta também a alunos e familiares que
desejarem ir à escola para participar de projetos pedagógicos, como atividades
livres, oficinas, apoio psicológico, rodas de conversa, depoimentos e
compartilhamento de boas práticas.
A
comunidade escolar contará com o apoio de equipe de especialistas das
secretarias Estadual e Municipal Educação, equipes técnicas da prefeitura
municipal e profissionais de instituições, como o Instituto de Psicologia da
Universidade de São Paulo (USP)e os Centros de Atenção Psicossocial (CAPES).De
acordo com as informações da Secretaria de Educação, a estrutura interna da
escola será pintada e revitalizada para mudar o ambiente.
Sinais
Soares
destacou que o fato ocorrido em Suzano não indica que somente a escola esteja
falhando, porque o aluno permanece por um momento na instituição de ensino.
Segundo ele, se o aluno “está bem ali”, a escola não consegue identificar
problemas. Para ele, é preciso que a família também observe os jovens e indique
para a escola sinais que devem ser notados. Além disso é preciso investir na
formação de professores e de todos os profissionais que atuam na unidade
escolar para que possam detectar possíveis avisos.
“É preciso perceber os sinais para que que possamos providenciar soluções. Por isso estamos ouvindo tantos especialistas. É um desafio. E olhar para a formação de todos os profissionais será muito importante. São todos, desde a pessoa que serve a merenda ao inspetor de pátio e ao professor. Pais, mães e todos que convivemos com jovens precisamos estar atentos a esses sinais”, afirmou.
Com relação às medidas para reforçar a segurança, o secretário reforçou que já havia uma discussão em andamento de ações voltadas para escolas que apresentam indicador de vulnerabilidade maior. Entre as medidas estão a instalação de sistemas eletrônicos e a presença de policiais. “Mas esta não é a principal e mais efetiva ação para este tipo de problema. Temos que lembrar que, para combater esse tipo de coisa, temos que ir para o lado humano, discutir com os jovens a solução”, argumentou.
Depressão
Segundo Soares, os problemas de segurança são diferenciados dentro das escolas e o que aconteceu na Raul Brasil “vem de um problema muito mais sério e mais na raiz “. Por isso, ele ressalta que a família é importante para identificar o problema a fim de que a escola possa dar suporte para alunos que tenham, por exemplo, depressão ou sofrido bullying.
Questionado sobre a possibilidade de haver uma ordem para que os portões das escolas fiquem fechados, o secretário disse que esse é um dos procedimentos que serão revistos. “A escola tem um atendimento, neste caso, especial, com núcleo de línguas que acontecia com entrada por ali. E ele era um ex-aluno que teria sua entrada autorizada para ir na secretaria”.
Soares ponderou que a tragédia de Suzano poderia ter sido evitada se o perfil do ex-aluno Guilherme Taucci Monteiro tivesse sido identificado há pelo menos três anos, se a escola soubesse de suas dificuldades, ou se o possível bullying sofrido por ele tivesse sido comunicado.
Agencia Brasil
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